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Caixa tem lucro de R$ 3,2 bilhões no segundo trimestre, alta de 27,3% em 1 ano

A carteira de crédito da Caixa encerrou o segundo trimestre deste ano em R$ 1,174 trilhão. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido recorrente de R$ 3,287 bilhões no segundo trimestre deste ano, valor 27,3% superior ao do mesmo período de 2023. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (21) pelo banco público. As loterias da Caixa contribuíram para o resultado, ao arrecadar R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023.

A carteira de crédito somava R$ 1,175 trilhão em junho deste ano, 10,6% acima do mesmo período do ano passado. A carteira de crédito habitacional, mais representativa, somava R$ 783,6 bilhões, um crescimento de 14,8% na comparação com o mesmo período de 2023.

A margem financeira da Caixa foi de R$ 15,81 bilhões no segundo trimestre, 4,1% maior do que 12 meses antes. “O aumento em 12 meses foi impactado principalmente pela redução de 17,7% nas despesas com recursos de instituições financeiras e oficiais no item compromissadas”, informou o banco.

O banco público obteve R$ 6,755 bilhões em receita de prestação de serviços e tarifas bancárias, um crescimento de 6,5% na comparação com o segundo trimestre de 2023. “O crescimento em 12 meses foi consequência dos aumentos de 15,2% em receitas de produtos de seguridade, 10,8% em serviços de operações de crédito, 9% em receitas com cartões e 6,6% em fundos de investimentos”, diz o relatório.

A Caixa informou ainda que as despesas administrativas somaram R$ 10,769 bilhões no segundo trimestre, alta de 9,3% em um ano. As despesas de pessoal totalizaram R$ 7,3 bilhões, crescendo 7,1% frente ao mesmo trimestre de 2023. As outras despesas administrativas avançaram a R$ 3,5 bilhões, alta de 14,1% no mesmo período.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente atingiu 9,54%, alta de 1,78 ponto porcentual frente ao segundo trimestre de 2023. O PL da Caixa somava R$ 135,524 bilhões, alta de 11,2% em relação a junho de 2023. Os ativos somavam R$ 1,911 trilhão, alta de 10,7% em um ano.

Loterias

As loterias da Caixa arrecadaram R$ 12,3 bilhões em recursos no primeiro semestre deste ano, crescimento de 19% em relação à primeira metade de 2023. De acordo com o banco, foram pagos R$ 4 bilhões em prêmios a apostadores.

O crescimento das loterias ajudou a impulsionar as receitas com serviços de governo, que cresceram 6% em um ano, para R$ 4,746 bilhões no primeiro semestre. A Caixa não detalha os fatores por trás do crescimento.

O banco público detém o monopólio da exploração de jogos de loteria no Brasil. É uma modalidade diferente das apostas esportivas, exploradas pelas chamadas bets, um segmento em que a Caixa também pretende entrar.

A Caixa Loterias, subsidiária do banco que passou a controlar os serviços lotéricos, pediu autorização ao Ministério da Fazenda para atuar no segmento. Foi uma das mais de 130 empresas, várias delas grupos globais, a solicitar permissão para explorar o serviço.

Carteira de crédito

A carteira de crédito da Caixa encerrou o segundo trimestre deste ano em R$ 1,174 trilhão, o que representa um crescimento de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado. No comparativo com o primeiro trimestre deste ano, o avanço foi de 2,7%.

Mais uma vez, o crédito imobiliário influenciou o desempenho, com um crescimento de 14,8% em 12 meses, para R$ 783,568 bilhões em saldo. Líder de mercado, a Caixa viu sua participação no segmento subir de 66,6% para 68% em um ano, diante do menor apetite dos bancos de porte similar na concessão do produto em um cenário de juros altos.

Em habitação, foram R$ 61,3 bilhões em contratações no segundo trimestre deste ano, alta de 38,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Com recursos da poupança, foram R$ 23,5 bilhões, alta de 18,8%, enquanto o FGTS respondeu por R$ 37,8 bilhões, crescimento de 55,1% no mesmo período.

Desde o ano passado, com a poupança pressionada, a Caixa tem direcionado clientes que se enquadram nos critérios das linhas do FGTS para o financiamento com recursos do fundo. Entretanto, entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, o crescimento das concessões com a poupança (de 43,8%) foi maior que o das realizadas com recursos do FGTS (8,1%).

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