Terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de junho de 2022
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, nesta quarta-feira (22), em segundo turno, a cassação do mandato do vereador Renato Freitas (PT) que liderou protesto na igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito.
O ato foi em protesto pela morte do congolês Moise Mungenyi Kabagambe, espancado até morrer aos 24 anos, no Rio de Janeiro (RJ); e em memória de Durval Teófilo Filho, de 38, morto pelo vizinho, um sargento da Marinha, por ter sido confundido com um assaltante enquanto chegava do trabalho, também na capital fluminense.
A cassação foi aprovada por 25 votos a 5, com duas abstenções.Após o projeto de resolução ser promulgado pela Mesa Diretora da CMC, ele será publicado no Diário Oficial do Município e passa a valer. Cumprida essa etapa, a Câmara de Curitiba vai declarar vago o posto com o prazo de cinco dias úteis para a convocação do suplente e, mais cinco dias para a posse.
Segundo o relator do processo de cassação, o vereador Sidnei Toaldo (Patriota), Freitas perturbou o culto religioso e realizou ato político dentro de um templo.
O caso provocou comoção nacional e o presidente Jair Bolsonaro aproveitou para acenar a seus apoiadores religiosos. Na época, Bolsonaro pediu uma investigação dos responsáveis pelo ato. A Arquidiocese de Curitiba registrou Boletim de Ocorrência contra Freitas e, segundo a Polícia Civil, o caso permanece sendo investigando.
Em sua defesa, Freitas tem dito que não invadiu o templo católico, que é um marco da cultura negra na capital paranaense por ter sido erguido por escravos no século 18. Ele afirma que apenas entrou no templo, de forma pacífica, quando a missa já estava perto do fim.
Em seu Instagram, o jovem listou algumas evidências de que vinha sofrendo perseguição na Câmara, entre elas o fato de esta não ser a primeira vez que tentavam cassar o seu mandato. A primeira vez, segundo Freitas, foi quando se manifestou contra a cloroquina e a outra quando protestou contra o assassinato de Beto Freitas no estacionamento de uma loja do Carrefour em Porto Alegre.
Sobre o processo deste ano, o parlamentar afirma que o regimento garante ao acusado ser julgado por nove membros Conselho. Ele alega que no seu caso, apenas sete estavam aptos a votar ao final dos depoimentos.