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Câmara desmonta “fake” do governo sobre Uruguai

Coube à Comissão de Relações Exteriores da Câmara desmontar a alegação do governo Lula (PT) de que seria “fake news” sua recusa de ajuda do Uruguai nas enchentes. Um helicóptero Bell 212 da Força Aérea Uruguaia (FAU), com oito pessoas, entre pilotos, técnicos e socorristas, está desde domingo (5) em Santa Maria para o trabalho humanitário. Foi sob pressão de Lucas Redecker (RS), presidente da Comissão, que o governo aceitou a oferta argentina. Mas apenas parcialmente.

Silêncio como resposta

Javier Milei ofereceu 20 especialistas, avião, três helicópteros etc., mas o governo Lula só aceitou caixas de comprimidos purificadores de água.

Ignorância e indiferença

A recusa tem o conhecido ranço ideológico petista: tanto Lacalle Pau, presidente uruguaio, quanto o argentino Javier Milei, são “de direita”.

Diplomacia da grosseria

Na recusa, a embaixada alegou em nota “arrogante e soberba”, segundo deputados da Comissão, que “não usamos mais” o Hércules da FAU.

Possível recuo à vista

Ao presidente da Comissão, Lucas Redecker (PSDB-RS), os ministros da Defesa e Relações Exteriores admitiram “reconsiderar” a recusa.

Tragédia no RS aumenta pressão por desoneração

Deputados e senadores têm recebido recorrentes visitas de empresários que pressionam por um acordo pela manutenção da desoneração da folha de pagamentos, sobretudo após a tragédia das chuvas no Sul do País. Prefeitos se juntaram aos empresários pela manutenção da desoneração, que o governo Lula tenta derrubar na Justiça, como forma de aliviar as contas das cerca de 400 cidades devastadas pela chuva. A Confederação Nacional de Municípios estima prejuízo de R$6,3 bilhões.

A economia acabou

Até agora, calcula a CNM, os municípios somam prejuízo de R$742,3 milhões só na agricultura e pecuária. Indústria outros R$183,3 milhões.

Breve suspiro

A mobilização no Congresso é para que, no mínimo, suspenda a cobrança por 90 dias para que os municípios consigam se estruturar.

Uma ideia estúpida

A estupidez na insistência em manter a desoneração, definida e reiterada pelo Congresso, pune com impostos de 20% quem emprega pessoas.

Governar não é mentir

Outra falsa acusação de “fake news” do governo Lula tentou desqualificar flagrante de áudio e vídeo de repórteres do SBT e Record, mostrando caminhões multados por falta de “nota fiscal” dos donativos e por suposto “excesso de peso”. Dever de governo é apurar a denúncia e não mentir.

Dinheiro desviado

O senador Rogério Marinho (PL-RN) acionou o TCU para investigar a Itaipu Binacional pelos R$1,3 bilhão injetados no Pará, governado por um aliado de Lula. A suspeita é de desvio de finalidade.

Triscou na trave

Clima de dúvida pairava sobre a bancada do governo Lula no Senado no caso do DPVAT, cujo retorno acabou aprovado em votação apertada na quarta (8). Eram necessários 41 votos, exatamente o número obtido.

Governo impostor

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que o DPVAT “é feito exclusivamente para sustentar a máquina do Estado, porque este é o governo impostor… aquele que só cria impostos”. De novo.

Visão clara

Enquanto quase toda a oposição a Lula (PT) apostava em novo adiamento da votação para ressuscitar o DPVAT, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, previa: “acho que [será aprovado] sim”.

Pedala, ANTT

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), levou servidor da Defesa Civil e denunciou que o agente foi multado pela ANTT por “excesso de carga” no caminhão com doações para o Rio Grande do Sul.

Grave demais

O desespero e o pânico são maus conselheiros. Gaúchos que amam o verde-amarelo temem que se Brasília frustrar as expectativas de socorro, poderá ressuscitar o movimento separatista no Rio Grande do Sul.

Virou confusão

O grupo de trabalho eleitoral do PT se reuniu para discutir a situação nas cidades em que o partido não fala a mesma língua que os aliados e nem mesmo internamente. João Pessoa (PB) é uma delas.

Pergunta na semântica

Ressuscitar imposto conta para o que a oposição chama de “extorsão fiscal”?

PODER SEM PUDOR

História secreta da Eco 92

O esforço do Brasil para o êxito da Eco-92 teve bastidores saborosos. Na ocasião, o americano George Bush não confirmava presença, o que colocada em risco a relevância do evento. O oceanógrafo francês Jacques Cousteau, que se fizera amigo do então presidente Fernando Collor, advertiu: “Fernando, olha, se o Bush não vier, isso aqui vai ser um desastre…” Collor concordou: “Ele tem de vir, comandante…” Cousteau teve uma ideia que paralisou os diplomatas: “Vamos lá, você e eu?” Collor topou e avisou o Itamaraty que viajaria a Washington e iria direto do aeroporto à Casa Branca. Ficariam plantados em pé, ele e Cousteau, até serem recebidos pelo presidente dos Estados Unidos. O chanceler Celso Lafer pediu ao presidente: “O sr. me dá 24 horas?” No dia seguinte, informado da apreensão brasileira, Bush confirmou presença.

(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)

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