Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de maio de 2015
A Câmara começa a votar nesta terça-feira (5) as MPs (medidas provisórias) de ajuste fiscal enviadas pelo Palácio do Planalto ao Congresso. A MP 665/14, que torna mais rígida a concessão do seguro-desemprego e do abono salarial, já tranca a pauta e será apreciada pelo plenário da Casa. Já uma comissão mista apreciará a admissibilidade da MP 664/14, que estabelece novas regras para a concessão do auxílio-doença e da pensão por morte. Se aprovada, ela segue para o plenário.
Temendo desgaste junto à sua base eleitoral, muitos petistas relutam em apoiar as medidas, mesmo com as alterações feitas pelo relator da MP 665 na comissão especial, senador Paulo Rocha (PT-PA), que tentou encontrar um meio termo entre as regras atuais e a proposta do governo. O vice-presidente Michel Temer (PMDB), que é articulador político do governo Dilma Rousseff, pediu para que o PT se unifique para a aprovação dos temas. Desde o início, o PMDB de Temer vem reclamando de que não quer assumir sozinho o ônus de encampar essa pauta.
Para constranger o PT, Eduardo Cunha deixará as galerias da Câmara abertas à entrada de manifestantes. Os trabalhadores em geral, organizados pelas centrais sindicais, são contrários às medidas. Na votação do projeto que estende a terceirização para todas as atividades — patrocinado pelo peemedebista —, foi proibido o acesso de sindicalistas nas dependências da Casa.
Os 64 deputados do PT serão instados, hoje, a apoiar o governo, mas boa parte está desconfortável. Os deputados petistas dizem que estão se sentindo com a faca no pescoço e que a votação das medidas de ajuste deixará sequelas na bancada. O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), admitiu ser preciso “pacificar” seu partido. “A meta é termos 100% dos votos dos partidos da base. O PT e o PMDB puxam a marcha. O PT engata a primeira marcha, o PMDB engata a segunda e, da terceira para frente, é embalar o carro para votarmos. Para a base, a posição do PT é estratégica. Hoje teremos uma reunião para pacificarmos a bancada do PT”, disse Guimarães. (AG)