Por 285 a favor votos e 180 contra, a Câmara manteve na noite desta quarta-feira a doação de empresas a campanhas eleitorais, que o Senado tinha proibido. Além de manter a doação empresarial, os deputados rejeitaram a restrição à contratação de pesquisas de intenção de voto por veículos de comunicação. E mantiveram a redução, de um ano para seis meses antes da eleição, do prazo que um candidato tem que estar filiado a um partido para concorrer por ele.
A Casa corre contra o tempo para que o projeto seja aprovado antes de 2 de outubro para valer nas eleições municipais do próximo ano.
O relator da proposta, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), optou por manter a maior parte do texto aprovado pela Câmara, acatando apenas algumas das mudanças feitas pelos senadores. Ele rejeitou ainda o fim dos cabos eleitorais, a janela para troca partidária antes das eleições e a vedação do uso de carros de som, questões que ainda serão votadas na noite de hoje. A tendência é que o texto da Câmara seja mantido. Maia justificou a rejeição da maior parte das alterações feitas pelos senadores. “O Senado introduziu no texto temas polêmicos, como pesquisa eleitoral e regras de debates, além de acabar com a doação de empresas. O problema não são as doações de empresas e sim o caixa 2, o dinheiro ilegal. A participação de pessoas jurídicas nas campanhas é importante. Janela para o troca-troca é inconstitucional e não concordo com as restrições às pesquisas eleitorais. As pessoas têm direito à informação”, justificou Maia.
Durante a votação, parlamentares da oposição levaram ao plenário miniaturas do boneco inflável de Lula usados em protestos contra o governo. (AG)