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A Câmara Federal discutiu o assassinato de policiais no Brasil

De janeiro de 2016 a julho de 2017, segundo os parlamentares, foram assassinados em todo o País cerca de 800 policiais. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O assassinato de policiais no Brasil foi o tema da comissão geral realizada na última quinta-feira (26), no Plenário da Câmara dos Deputados. O debate foi sugerido pelos deputados do DEM Efraim Filho (PB), Alberto Fraga (DF) e Sóstenes Cavalcante (RJ).

De janeiro de 2016 a julho de 2017, segundo os parlamentares, foram assassinados em todo o País cerca de 800 policiais. Só na cidade do Rio de Janeiro desde o início do ano, foram mortos mais de cem policiais.

“A onda de assassinatos de policiais militares por bandidos no Rio de Janeiro, longe de ser um fato isolado, é uma realidade presente, em maior ou menor grau, em todo o País”, afirmam os deputados no requerimento em que pediu a realização da comissão geral.

Mortos de folga

De acordo com o 10ª Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2015 foram mortos 358 policiais civis e militares em todo o País. Destes, apenas 91 estavam trabalhando.

“Em Caracas, na Venezuela, considerada a cidade mais violenta do mundo, com 130,5 mortos para cada 100 mil habitantes, 76 policiais foram assassinados em 2016”, comparam os parlamentares no requerimento.

Rio de Janeiro

A crescente violência contra os agentes de segurança este ano produziu um cortejo de policiais em cemitérios, onde amigos e familiares de PMs choraram inconformados as sucessivas despedidas. Numa comparação com o restante País, outros números comprovam a gravidade da situação. Em São Paulo, a quantidade de mortes foi bem menor apesar de o efetivo paulista ser quase o dobro do fluminense: 85.247 PMs na ativa, na reserva ou reformados, contra os 45.463 do Rio. Ou mais. No Rio, foram mais policiais mortos do que em todos os 13 Estados do Nordeste e Centro-Oeste juntos, que totalizaram 83 baixas até julho deste ano.

Isso em um universo no qual, dos 10 Estados em que mais se matam agentes de segurança pública, cinco ficam no Nordeste: Ceará (16 mortes, em terceiro lugar), Bahia (15, em quarto), Rio Grande do Norte (14, em sexto), Pernambuco (10, em sétimo) e Piauí (seis, em décimo). Em relação à Região Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina tiveram o mesmo número de mortos de janeiro a julho (11) que o Rio registrou apenas nos 15 primeiros dias de 2017.

Estados com altas taxas de homicídios entre a população em geral, como o Sergipe, tiveram um único caso de PM assassinado em sete meses. E tanto o Amapá quanto o Acre, na Região Norte, responderam não ter ocorrência alguma esta ano. Apenas o Amazonas, também no Norte, não informou os dados sobre os assassinatos em sua tropa.

Não é de hoje que essa realidade assombra o Rio. No ano passado, o índice de letalidade também foi alto: 146 PMs mortos, uma média de 12 vítimas por mês. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança, a PM fluminense já era a corporação que tinha, em números absolutos, mais mortes nos anos de 2013, 2014 e 2015. Mas a proporção em relação ao restante do País, agora em 2017, supera a dos anos anteriores. Dois anos atrás, por exemplo, houve 87 PMs mortos no Rio — 29,39% dos 296 de todo o País.

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