A Câmara Setorial do Leite da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) compôs comitiva que visitou a Serra da Canastra, em Minas Gerais, no final de setembro. O grupo esteve composto também por técnicos dos serviços de inspeção municipal, da Emater/RS-Ascar, autoridades políticas da região dos Campos de Cima da Serra e da Serra Catarinense, e representantes da UFRGS. Durante a viagem, a comitiva participou de reuniões técnicas, visitas a queijarias e entrepostos de maturação de queijos minas artesanal.
O objetivo da viagem foi conhecer e trocar experiências sobre todo o processo de produção e inspeção do queijo artesanal produzido com leite cru em Minas Gerais. Atualmente, o Estado pode comercializar o produto no Brasil inteiro, o que não ocorre com os queijos artesanais do Sul do país.
De um total de sete, três microrregiões identificadas como produtoras de queijo artesanal em Minas foram visitadas: Serra da Canastra, Araxá e Serra do Salitre. “O Rio Grande do Sul possui grande potencial para comercializar queijos regionais, como o colonial e principalmente o serrano. Hoje esses produtos, patrimônios do Estado, necessitam que se intensifique o apoio do Governo, além do fomento à pesquisa e regulamentação, para continuar seu processo de qualificação”, explica o coordenador da Câmara Setorial do Leite, Danilo Gomes.
Abertura de mercado
Minas Gerais conta com 280 queijarias artesanais cadastradas no serviço de inspeção estadual; destes estabelecimentos, oito estão no SISBI, o que dá possibilidade de se comercializar o queijo minas artesanal em todo o país. Nenhuma queijaria artesanal do Rio Grande do Sul tem este tipo de registro. “Hoje, por exemplo, um porto-alegrense pode comprar legalmente um queijo artesanal mineiro em Porto Alegre, mas não pode comprar o queijo artesanal serrano do seu próprio Estado”, exemplifica Danilo.
O relatório socioeconômico da cadeia produtiva do leite da Emater/RS-Ascar, lançado na Expointer deste ano, revelou que cerca de 85 milhões de litros de leite são destinados à produção de derivados lácteos comercializados informalmente no estado. “Esse volume é praticamente todo destinado à produção de queijos”, destaca o coordenador.