A TV Fronteira teve acesso nessa sexta-feira (28) a imagens do circuito interno de câmeras de monitoramento da Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2, em Presidente Venceslau (SP), que flagraram o momento em que um preso acusado de integrar um plano para matar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e outros agentes de segurança pública do Brasil foi assassinado, no último dia 17 de junho.
As imagens mostram o pátio do pavilhão onde os detentos permanecem durante o banho de sol e três presos perseguindo e atacando Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo. Ele foi agredido até a morte no local.
Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, outro preso acusado de envolvimento no plano para matar Moro, também foi morto na P2 no mesmo dia. No entanto, Rê foi atacado dentro de um banheiro da penitenciária, onde morreu.
Ambos, de 48 anos, morreram vítimas de golpes que lhes foram desferidos com um canivete e um punhal artesanal.
Os quatro detentos acusados de matar Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, foram transferidos sob escolta na quarta-feira (26) para a Penitenciária Doutor Paulo Luciano de Campos, a P1, em Avaré (SP).
Os envolvidos estavam na P2, em Presidente Venceslau, onde os assassinatos aconteceram, e a remoção foi confirmada pela Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP-SP).
Elidan Silva Ceu, conhecido como Alemão e Talibam, de 45 anos; Jaime Paulino de Oliveira, o Japonês, de 47 anos; Luis Fernando Baron Versalli, apelidado de Teo, VV, Barão e Barom, de 53 anos; e Ronaldo Arquimedes Marinho, o Saponga, também de 53 anos, são investigados por homicídios duplamente qualificados “pelo motivo torpe e pelo emprego de recurso que dificultou a defesa dos ofendidos”.
A SAP-SP pediu à Justiça a remoção dos quatro presos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que funciona no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP), em Presidente Bernardes (SP), e é o modelo prisional mais rígido permitido pela legislação brasileira. A decisão do Poder Judiciário sobre o pedido ainda não foi proferida.
As investigações sobre o caso ainda estão em andamento tanto no âmbito da SAP-SP como na esfera da Polícia Civil.
Segundo promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que faz parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), os assassinatos de Nefo e Rê dentro da P2, em Presidente Venceslau, foram ordenados pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).