Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2019
Iniciativa é veiculada em 100 busdoors nos ônibus que circulam em Porto Alegre.
Foto: Divulgação/SindiópticaUma nova campanha de conscientização contra o uso e a aquisição de óculos sem procedência começa a ganhar espaço na frota de ônibus de Porto Alegre. A iniciativa traz peças veiculadas na parte traseira dos coletivos (busdoors), além de cartazes e folhetos que alertam a população sobre os riscos associados ao uso de óculos falsificados à visão. A realização é do Sindióptica (Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico do RS) e da Ajorsul (Associação do Comércio de Joias, Relógios e Óptica do Rio Grande do Sul), com o apoio do Procon Porto Alegre, órgão da prefeitura responsável por fazer a defesa do consumidor.
Com o slogan “Falsificado, nem de graça!”, a campanha se estenderá até o final de janeiro e pretende atingir o público circulante, a partir de 100 painéis colocados nos ônibus que fazem parte do transporte público municipal. Já os cartazes e panfletos também serão distribuídos em repartições públicas, estabelecimentos ópticos e demais espaços de acesso ao público-alvo. As peças evidenciam que lentes sem proteção UV aumentam em 60% os riscos de catarata – o que pode levar a cegueira. Já os fôlderes desconstroem o argumento de que o comércio informal trabalha com “réplicas” ou “segunda linha” – que nada mais são do que produtos falsificados.
Atualmente, os óculos estão em quinto lugar entre os produtos mais comercializados ilegalmente em Porto Alegre, segundo o Sindióptica. Destes, 62% se referem à venda de óculos de sol, o que alimenta o contrabando e a movimentação de recursos não contabilizados pela Receita Federal. Ao mesmo tempo, os óculos sem procedência são o segundo item mais apreendido pelas ações de fiscalização da SMDE (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), com um total de 15.848 apreensões entre janeiro e agosto deste ano.
Para a diretora executiva do Procon Porto Alegre, a campanha é fundamental para proteger não só os direitos, mas também a saúde de quem adquire óculos. “Cabe ao Procon zelar pela proteção à saúde e segurança do consumidor. É por isso que apoiamos a campanha. O consumidor não deve pensar apenas nas questões estéticas e modismos. Deve, sim, valorizar a sua saúde e a sua visão, que ao longo dos anos poderá ser drasticamente prejudicada por escolhas erradas. É fundamental saber a procedência e qualidade do produto que se adquire”, aponta ela.
Já para o presidente do Sindióptica RS, André Roncatto, mais uma vez, as entidades reunidas levam a mensagem de saúde pública junto aos porto-alegrenses. “É importante alertar a sociedade sobre os riscos dos óculos sem qualidade, pois estes produtos apresentam-se como uma ameaça à saúde pública e com efeitos cumulativos e irreversíveis”, afirma.
Em 2018, a campanha “Saúde dos Olhos”, ação semelhante veiculada na frota de ônibus, trouxe repercussão sobre a opinião pública e imprensa, revertendo a ideia do impulso pela compra fácil, uma vez que lentes sem qualidade potencializam a penetração de raios solares, podendo queimar a retina, atentando contra a visão, e por consequência, à saúde pública da população.