Movimento criado pela Faculdade Zumbi dos Palmares, a campanha “Machado de Assis Real”, recriou uma imagem clássica do escritor, e sugeriu que esta seja inserida no lugar da antiga. A campanha diz que é “a primeira errata feita para corrigir o racismo na literatura brasileira”, como foi explicado na página oficial da instituição.
Veja na íntegra a nota divulgada pela campanha :
“Machado de Assis. O maior nome da história da literatura brasileira. Jornalista, contista, cronista, romancista, poeta, teatrólogo. E o que poucos sabem: negro. O racismo no Brasil escondeu quem ele era por séculos.
Sua foto oficial, reproduzida até hoje, muda a cor da sua pele, distorce seus traços e rejeita sua verdadeira origem. Machado de Assis foi embranquecido para ser reconhecido. Infelizmente.
Um absurdo que mancha a história do país. Uma injustiça que fere a comunidade negra. Já passou da hora de esse erro ser corrigido.
No mês do Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, finalmente, será. Uma foto do Machado de Assis real está disponível aqui no site, para ser colada sobre a foto antiga, preconceituosa.
Uma errata histórica feita para impedir que o racismo na literatura seja perpetuado. Para encorajar novos escritores negros. Para dar a chance de a sociedade se retratar com o maior autor do Brasil. E para que todas as gerações reconheçam a pessoa genial e negra que ele foi.
Que cada estante deste país possa ter um livro de Machado de Assis corrigido. A história agradece.”
Além disso a ação também traz um abaixo-assinado pedindo que editoras e livrarias deixem de imprimir, publicar e comercializar livros em que o escritor apareça embranquecido, substituindo a imagem pela nova recriada pela Faculdade. A imagem está sendo disponibilizada no site da instituição em diversos formatos para que ela seja distribuída.