Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de novembro de 2018
Derrotado na eleição presidencial deste ano, Fernando Haddad (PT) declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que sua campanha custou 15 vezes o que foi gasto pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O petista entregou sua declaração na tarde de sábado (17), data limite para que os candidatos que disputaram o segundo turno apresentassem suas contas.
Pelas informações prestadas, Haddad arrecadou aproximados R$ 35,4 milhões (sendo R$ 33,7 em recursos financeiros) e gastou R$ 37,5 milhões, restando uma dívida de campanha de cerca de R$ 3,8 milhões.
Impedido de disputar a eleição com base na lei da Ficha Limpa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocupava a cabeça de chapa antes de Haddad, ainda antes do primeiro turno, havia declarado arrecadação de R$ 20,6 milhões e gastos de R$ 19,8 milhões.
Em documento anexado à prestação de contas, o Diretório Nacional do PT afirma que “assumirá as dívidas contraídas e não quitadas pela campanha”, a serem pagas “via fundo partidário ou através de recursos que serão depositados na conta bancária específica de campanha, observados os requisitos da lei eleitoral”.
O prazo para a entrega das prestações de contas de candidatos que disputaram o segundo turno das eleições (candidatos a presidente e governador) se encerrou no sábado, mas o Tribunal Superior Eleitoral ainda não informou quantos entregaram.
Já Bolsonaro declarou ter arrecadado R$ 4,4 milhões e gastado R$ 2,5 milhões. Ele já havia entregue suas contas. Vítima de uma facada em 6 de setembro, Bolsonaro passou a maior parte da campanha no hospital ou em casa, recuperando-se.
A área técnica do Tribunal Superior Eleitoral concluiu na segunda-feira (12) análise preliminar da prestação de contas da campanha de Bolsonaro. A área técnica do tribunal apontou 23 inconsistências na prestação de contas de Bolsonaro. Na sexta, a defesa do presidente eleito apresentou uma retificação da prestação de contas e respostas aos questionamentos dos técnicos.
Reportagens do jornal Folha de S.Paulo mostraram que a campanha de Bolsonaro omitiu dados da prestação de contas do primeiro turno. Algumas das informações também não foram apresentadas na prestação final das contas da campanha, entre elas o trabalho de um dos principais advogados da campanha, Tiago Ayres.
Relator no Tribunal Superior Eleitoral das contas de campanha, o ministro Luís Roberto Barroso terá que submeter o procedimento a julgamento no plenário do tribunal eleitoral. Ainda não há data marcada para o TSE analisar o caso.
A diplomação de Bolsonaro está marcada para 10 de dezembro. Para receber o diploma, os candidatos eleitos precisam estar com o registro de candidatura deferido e as contas de campanha julgadas – não necessariamente aprovadas.