Campeão do Big Brother Brasil (BBB 10), Marcelo Dourado conquistou mais um título. Faixa preta de luta livre esportiva, judô e jiu-jítsu, ele venceu e conquistou o cinturão Amazon Abu Dhabi, campeonato que aconteceu no último fim de semana, em Manaus. Aos 50 anos, o ex-BBB levou a melhor no duelo com o campeão brasileiro e campeão mundial Paulo Brandão.
Dourado já possui títulos como o de tricampeão brasileiro com quimono, bicampeão sem quimono, duas vezes campeão sul-americano, duas vezes campeão master e vice-campeão mundial de jiu-jítsu.
Preconceito
Doze anos após vencer o Big Brother, o atleta gravou um vídeo para se retratar por uma fala considerada homofóbica dentro do reality show. Na época, ele gritou “Orgulho hétero” e “resistência heterossexual”, rebatendo a fala do colega de confinamento Dicesar quando disse: “o mundo é gay!”.
“Não pretendo com esse vídeo a amizade nem a simpatia de ninguém. Apenas reparar um erro histórico que eu falei e reconhecer o meu erro, que pode ter sido interpretado como uma fala preconceituosa”, disse Dourado no vídeo.
Em seu discurso, o lutador deixou claro que não pensa mais da mesma forma e se mostrou preocupado porque os vídeos com essas falas circulam até hoje na web.
“Rola um vídeo meu de tempos em tempos na internet, onde eu falo ‘orgulho hétero’ e ‘resistência heterossexual’, que foi dito dentro de um reality show, sob condições isoladas e específicas, eu sofrendo muita pressão psicológica e provocações diárias dos meus adversários. Mas nada disso apaga o fato de que eu era um cara muito mais ignorante do que sou hoje. E eu não percebi ali na hora que a frase que o meu adversário falava, ‘o mundo é gay’, era uma frase de inclusão”, explicou.
“Na minha cabeça limitada, eu pensava que era uma frase afirmativa, genérica. Eu não percebi a importância daquilo para as pessoas que estão envolvidas nessa comunidade e que são constantemente vítimas de violência. A resistência pertence as minorias, e nenhum hétero foi espancado até a morte por sua sexualidade, diferente da comunidade LGBTQIA+. No Brasil existem casos gravíssimos. Ficar contra essas causas vai contra a história da minha família e contra o meu legado, de filho de refugiados. Na minha cabeça, todos devem ser respeitados igualmente”, continuou.