Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de janeiro de 2025
O adeus já vinha sendo planejado, antes mesmo dos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.brUma história rica em conquistas e feitos chega ao seu final. Maior nome da ginástica artística do Brasil e dono de um ouro e uma prata olímpica, Arthur Zanetti anunciou oficialmente neste domingo (12), aos 34 anos, a sua aposentadoria do esporte. O adeus já vinha sendo planejado, antes mesmo dos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
“Chegou o ponto final na carreira de atleta. Por mim eu continuava muito mais tempo, mas tem que ter um bom senso, tanto da mente quanto do corpo. Eu decidi, é difícil, dar um basta nessa parte de atleta porque queria, mas o corpo tá falando, e vou respeitar, porque não quero outras lesões, não quero me tornar uma pessoa idosa que praticamente não consegue sair da cama por causa de dor”, disse o atleta durante o programa “Esporte Espetacular”, da TV Globo.
“Já tava vindo, tava sempre naquela indecisão se parava ou não, mas aí o ano passado eu decidi, sentei com o Marcos (Goto, técnico), sentei com várias pessoas, minha família… e a gente decidiu que o melhor era parar pra seguir a vida de outro modo”, completou.
Zanetti colocou seu nome na história do Brasil quando conquistou o primeiro ouro olímpico do País na ginástica artística nas argolas em 2012, na Olimpíada de Londres. Desde então, o atleta se consolidou como um dos maiores que já competiram nas argolas pelo Brasil, seu aparelho preferido.
“Foi a maior conquista da minha carreira, o ouro olímpico em Londres-2012. O primeiro ouro de um latino-americano em qualquer categoria da ginástica. Estarei pra sempre gravado como campeão olímpico”, disse.
O atleta chegou a buscar uma vaga em Paris, mas passou por uma sequência de lesões, a principal delas no braço esquerdo, que necessitou de cirurgia. Com isso, não teve chance de disputar a competição e resolveu assim encerrar o seu ciclo como atleta.
“Logo quando fiz a cirurgia, falei: ‘Quero continuar’. Me recuperei, comecei a treinar, mas vi que meu corpo já não estava respondendo do mesmo jeito. Então, a cirurgia foi uma parcela, mas os últimos três anos foram um basta. Abriu os olhos: ‘Você já fez o que tinha que fazer, agora é olhar pra frente e fazer outra coisa pro bem da ginástica’”, continuou.
Dono de um ouro e três pratas em Mundiais, Arthur Zanetti tem também seis medalhas em Jogos Pan-Americanos (três ouros e três pratas), além das duas olímpicas (ouro e prata). O atleta, que já trabalhou como comentarista e árbitro, tem como meta seguir na ginástica, mas como professor e treinador. Ele foi convidado a dar treino no ginásio de São Caetano do Sul.
“Foram 27 anos da minha vida dedicados a você, ginástica. E serão outras dezenas de anos ainda. Pode contar comigo”, finalizou.
Arthur Zanetti disputou três Olimpíadas. Foi o primeiro atleta latino-americano campeão olímpico ao vencer as argolas de Londres 2012. Na Rio 2016, conquistou a prata em casa. Foi para o tudo ou nada na final dos Jogos de Tóquio e acabou fora do pódio.
Além das duas medalhas olímpicas, Zanetti tem quatro medalhas em Mundiais (um ouro e três pratas), seis em Jogos Pan-Americanos (três ouros e três pratas) e tantas em etapas de Copa do Mundo que até ele perdeu as contas. Chegou a ficar quase dois anos invicto entre 2012 e 2014. Um raro domínio que lhe rendeu o apelido de “Rei das Argolas”. (Estadão Conteúdo)