O nadador russo Evgeny Rylov protestou contra a decisão de punir atletas de seu país impedidos de disputar outras competições internacionais nos últimos meses e anunciou nesta quarta-feira (23) que não vai disputar o Mundial deste ano.
“Acredito que (os atletas) perdendo a competição, perde-se o desenvolvimento do esporte. Não importa o quão triste possa parecer, mas o esporte não pode se mover sem competidores dignos. Reflexões devem ser feitas pelas federações sobre a direção em que querem desenvolver o esporte e sobre se Pierre de Coubertin queria ver esta situação quando iniciou a organização dos Jogos Olímpicos, que deveriam unir as pessoas”, comentou o russo, em referência ao francês que idealizou o atual formato da Olimpíada.
O banimento de atletas foi uma decisão de entidades esportivas contra a invasão russa na Ucrânia, mas a Federação Internacional de Natação (Fina) seguiu outro caminho. Os russos podem competir, mas sob bandeira neutra, sem referências ao seu país, assim como no tênis.
Rylov foi o principal nome da natação russa nos Jogos de Tóquio, com duas medalhas de ouro (100 metros e 200m costa). Após o grande desempenho, foi presentado com um carro do presidente Vladimir Putin na sua volta à Rússia. O nadador é sargento da polícia de Moscou e ficou conhecido por ser admirador de Putin. Rylov, inclusive, esteve no evento protagonizado pelo presidente russo no estádio Luzhniki, em que Putin realizou uma demonstração de força local para mostrar supostamente o apoio popular à invasão da Ucrânia. Por sua presença, foi criticado por outros atletas e perdeu o patrocínio da marca Speedo.
O Mundial de piscina longa (50 metros) vai ser realizado entre 18 de junho e 3 de julho, na Hungria.