Apesar de ser considerada uma das cadeias produtivas mais organizadas e evoluídas da agricultura brasileira, a produção de tabaco invariavelmente é associada a narrativas controversas. Uma delas é que a cultura do tabaco teria relação com a poluição do solo por agrotóxicos, alegando que os produtores aplicam defensivos em suas plantações exageradamente, o que é uma afirmação inverídica. Em 18 de agosto, Dia Nacional do Campo Limpo, o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) reforça seu compromisso com a defesa da sustentabilidade na produção de tabaco e desmistifica o uso excessivo de defensivos.
Conforme quatro diferentes pesquisas, a cultura do tabaco é uma das que menos demanda agrotóxicos, com 1,01 kg de ingrediente ativo por hectare. Isso é possível porque o tabaco pode ser cultivado em condições adversas e é uma planta considerada resistente, o que faz com que a utilização de defensivos ocorra apenas quando houver real necessidade.
Quando o uso é necessário, as orientações são passadas por técnicos agrícolas habilitados da indústria integrada, que sempre prescrevem os agroquímicos com a menor toxicidade possível e que sejam devidamente registrados pelos órgãos governamentais competentes, tanto para o tabaco quanto para o alvo nas doses recomendadas em bula.
“Quando o assunto é agrotóxico, o setor atua em três grandes frentes: o da saúde e segurança do produtor, conscientizando-o sobre a necessidade de se proteger; o da proteção ambiental, com orientações sobre a correta armazenagem, manuseio e destinação correta desses produtos; e, por fim, o da inovação, com investimento em pesquisas para continuar a reduzir a necessidade do uso de agrotóxicos”, explica Iro Schünke, presidente do SindiTabaco.
No ano 2000, as empresas associadas ao SindiTabaco criaram um programa pioneiro de logística reversa que promove o recebimento itinerante e a correta destinação das embalagens vazias de agrotóxicos tríplice lavadas. O SindiTabaco também promove uma série de ações em torno de práticas que tornam o tabaco brasileiro um dos mais requisitados do mundo. Os cuidados com a saúde dos produtores são essenciais para o setor, sendo a única cadeia produtiva organizada que possui assistência técnica gratuita e um trabalho de orientação sobre o uso correto do EPI e da vestimenta de colheita, criada exclusivamente para este tipo de trabalhador.
Como resultado da conscientização e das ações realizadas, chegou-se ao índice de 98,9% dos produtores de tabaco, praticando a devolução das embalagens tríplice lavadas ao Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos. Também, 97,5% possuem depósito específico para os agrotóxicos, segundo pesquisa realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/Ufrgs). Além disso, 99,6% dos produtores possuem EPIs para manejo de agrotóxicos e 95,6% possuem certificação da Norma Regulamentadora 31, sobre Aplicação Correta e Segura.
O SindiTabaco lançou recentemente o paper “Assunto controverso, contraponto necessário”, que visa desmistificar e desconstruir narrativas sobre a produção brasileira de tabaco para aqueles que insistem em não dizer o óbvio: o tabaco é agro! O leitor tem a oportunidade de, em cada tema abordado, receber uma explicação comprovada que cruza cada narrativa controversa com seu contraponto necessário. Além de abordar o uso de agrotóxicos, o documento ainda traz outras discussões importantes, como: endividamento, monocultura, desmatamento, uso de agrotóxicos, doença da folha verde, trabalho infantil e trabalho escravo. O paper está disponível para leitura neste link.