Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2024
Segundo ele, autoridade monetária concluiu que precisava reforçar mensagem de que suas decisões são técnicas.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência BrasilA quatro meses de encerrar o mandato, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira (20) que as decisões da autoridade monetária continuarão sendo técnicas após a troca de comando. “O Banco Central vai subir os juros se for preciso, independente de eu estar ou não no BC”, declarou ao participar do Macro Day, fórum do BTG Pactual.
Reiterando o forte incômodo com o descolamento das expectativas de inflação da meta, atribuído em parte à percepção no mercado de menor credibilidade da política monetária no futuro, Campos Neto observou que o BC concluiu que precisava reforçar a mensagem de que suas decisões são técnicas, de forma que a meta sempre será perseguida.
O posicionamento, destacou, contribuiu para derrubar parte do prêmio de risco, que havia crescido após a leitura dos investidores de influência política no racha do Copom na reunião de maio, quando diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votaram por corte maior dos juros.
Após pontuar que credibilidade não se conquista “de um dia para outro”, Campos Neto disse que a construção da confiança no trabalho do BC é um processo de longo prazo. “Não é sobre uma ou duas reuniões.”
Autonomia
A autonomia operacional do Banco Central ainda está em fase de amadurecimento e, conforme o tempo passa, o mercado deve começar a mapear as posições individuais de cada membro do Comitê de Política Monetária (Copom), Campos Neto.
“À medida que você tenha um processo mais longo, onde você tem diretores entrando e saindo de governos diferentes, eu acho que o mercado vai começar a mapear muito o que cada diretor está pensando, e faz parte do processo em vários outros países”, disse.