Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2022
No ano passado, as autoridades do Reino Unido interceptaram e desembarcaram 28.526 pessoas que tentavam atravessar a movimentada via marítima.
Foto: ReproduçãoUm total de 1.295 imigrantes cruzou o Canal da Mancha em pequenas embarcações para chegar ao litoral da Inglaterra, o maior número registrado em apenas um dia, segundo o Ministério da Defesa britânico. Os imigrantes fizeram a travessia em 27 embarcações e elevaram a 22.670 o número de pessoas que completaram a viagem desde o início deste ano, apesar dos planos do governo britânico para interromper o fenômeno. O fato ocorreu na segunda-feira (22).
O recorde anterior para apenas um dia era de 1.185 pessoas, em 11 de novembro de 2021. No ano passado, as autoridades do Reino Unido interceptaram e desembarcaram 28.526 pessoas que tentavam atravessar a movimentada via marítima.
Um relatório parlamentar britânico recente calculou que o total pode alcançar 60 mil pessoas apenas neste ano. O tema é motivo de preocupação para o governo britânico, que prometeu controles de fronteiras mais rígidos depois de abandonar a União Europeia. Também expõe as tensões entre Londres e Paris, depois que o governo do Reino Unido acusou a França de não fazer o suficiente para impedir as viagens.
Em uma tentativa de solucionar o problema, as leis foram endurecidas contra os grupos de traficantes de seres humanos responsáveis pelas travessias. Mas o plano para enviar parte dos imigrantes para Ruanda foi suspenso por uma série de ações legais.
O governo britânico defendeu o plano como algo necessário devido ao elevado custo para processar os pedidos de asilo e abrigar os migrantes. Ao menos 203 pessoas morreram ou desapareceram desde 2014, em terra ou mar, nas tentativas de chegar ao Reino Unido a partir da costa norte da França, incluindo 27 em um naufrágio no fim de 2021, segundo a Organização Internacional para as Migrações.
Monitoramento
Na linha das tornozeleiras eletrônicas, o Reino Unido começará a adotar smartwatches para monitorar migrantes que foram condenados por crimes. De acordo com o The Guardian, será preciso escanear o próprio rosto até cinco vezes por dia, de acordo com as exigências do Ministério do Interior e do Ministério da Justiça.
Em maio, o governo britânico fechou um contrato com a empresa de tecnologia Buddi Limited para adquirir os dispositivos a um custo inicial de 6 milhões de libras (R$ 37 milhões). O Ministério do Interior diz que o esquema envolverá “monitoramento diário de indivíduos sujeitos ao controle de imigração”. As fotografias tiradas com os dispositivos serão comparadas com as imagens faciais biométricas e, no caso de falha, uma verificação deve ser realizada manualmente.