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Câncer, Covid e Parkinson: cães entram para o livro dos recordes por identificarem 28 doenças pelo olfato

Uma instituição britânica tem se especializado em treinar cães para identificar a amostras de diversos tipos de doenças. (Foto: Reprodução)

Uma instituição britânica tem se especializado em treinar cães para identificar a amostras de diversos tipos de doenças. Como resultado, os animais acabam de quebrar o recorde mundial de problemas de saúde detectados por meio do olfato, reconhecido pelo Livro dos Recordes.

Fundada em 2008, a Medical Detection Dogs (MDD) treina diversos cachorros para “detectar mudanças mínimas no odor pessoal de um indivíduo desencadeadas por sua doença”, para “alertá-las sobre um evento médico iminente”.

“Estamos na vanguarda da pesquisa na luta contra o câncer e outras doenças potencialmente fatais, incluindo a doença de Parkinson e infecções bacterianas. Nossos cães de biodetecção são treinados para encontrar o odor dessas doenças em amostras, como urina, hálito e suor e nosso trabalho tem o potencial de beneficiar milhões”, diz a descrição no site da entidade.

Em fevereiro do ano passado, a organização quebrou oficialmente seu primeiro recorde, com seus animais identificando de maneira correta um total de 28 doenças desde que a instituição foi fundada. O portfólio de condições médicas que o MDD conseguiu treinar a identificação por seus cães é muito variado, incluindo desde alergia a nozes, variações na glicose no sangue (como o diabetes), malária, várias formas de câncer e problemas cardíacos, com a Covid-19 sendo adicionado a essa lista recentemente.

Em novembro de 2022, a instituição de caridade passou a tentar estabelecer um segundo recorde de biodetecção.

“Estou muito confiante de que vamos arrasar hoje”, disse a treinadora de biodetecção Olivia James, pouco antes da tentativa. “Eu amo os cachorros, e eles amam seu trabalho, então tenho certeza que eles vão nos deixar orgulhosos.”

Durante a simulação, o desafio era identificar a presença de diferentes doenças, com os cães encarregados de farejar várias amostras, que podem ser amostras de urina, saliva ou respiração. Entre as doenças, os animais teriam de detectar corretamente o mal de Parkinson, câncer de próstata, síndrome de taquicardia postural (PoTS) e Covid.

Ao lado de dois treinadores, cinco cães da entidade se uniram para obter oficialmente o recorde de mais amostras médicas consecutivas identificadas, com os animais identificando corretamente 24 amostras seguidas. Os cinco cachorros que estabeleceram o recorde foram:

– Bumper: um golden retriever de seis anos “apaixonado por correr e perseguir esquilos”. “Ele tem um botão liga/desliga muito bom quando se trata de trabalho”, diz seu treinador Mark Somerville;

– Jodie: uma labradora brincalhona de cinco anos especializada em detectar Pseudomonas, tipo de bactéria que pode causar infecções no sangue e nos pulmões, causando doenças como pneumonia;

– Jude: um labrador de quatro anos treinado para farejar PoTS, ou síndrome de taquicardia postural, também conhecida como síndrome do ataque de queda;

– Florin: um labrador retriever fox red “descontraído”, de oito anos, especialista em detectar câncer de próstata;

– Lexi: uma labradora de seis anos treinada para detectar Covid-19.

Inspeção cuidadosa

Por meio de várias sessões de treinamento, todos os cinco cães aprimoraram suas habilidades olfativas para detectar uma doença diferente, segundo o Guinness. Após uma inspeção cuidadosa das amostras, “cada cão tem sua própria maneira especial de deixar claro que encontrou seu par” (a doença equivalente), o que pode envolver parar abruptamente na frente de uma amostra, sentar-se na frente dela ou, muitas vezes, buscar o olhar do treinador para confirmar que terminou, ou até mesmo buscar uma guloseima.

Cães domesticados têm desempenhado esse papel há milênios, e suas habilidades de farejar provaram ser fundamentais desde a Idade Média. A capacidade de detectar doenças começou a ser explorada em 1989, durante o primeiro caso relatado de detecção de câncer canino.

Na ocasião, a revista médica The Lancet detalhou o caso dos dermatologistas estagiários Hywel Williams e Andres Pembroke. O interesse contínuo de um cachorro por uma ferida na perna de sua dona a levou a procurar orientação médica, revelando um caso de melanoma maligno, permitindo um tratamento precoce.

“O que aprendemos ao longo de muitos séculos é que diferentes doenças têm odores únicos. Agora sabemos que os cães, com seus narizes incríveis, podem ser treinados para encontrar essas doenças”, diz Claire Guest, cofundadora, CEO e diretora científica da Medical Detection Dogs. As informações são do jornal O Globo.

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