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Câncer de boca atinge mais os homens

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que para cada ano do triênio 2023-2025 são esperados cerca de 15 mil novos casos da doença. (Foto: Cristine Rochol/PMPA)

O oncologista Juliano Cé Coelho (CRM-RS 34.989 e RQE 29.21) explica que ao falar em câncer de boca, do ponto de vista oncológico, é preciso pensar na região da cabeça e pescoço – inclui língua, base de língua, garganta e, apesar de pouco comum, a parte interna da bochecha e gengiva. Ele afirma que o principal fator de risco é o tabagismo. “A gente inclui não só o cigarro, como o cachimbo, charuto, aqueles fumos nos quais a pessoa não traga e deixa fumaça na cavidade oral e depois exala. Além disso, o alcoolismo também tem um papel importante”, aponta.

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que para cada ano do triênio 2023-2025 são esperados cerca de 15 mil novos casos da doença. Desses números, 72% são previstos para o sexo masculino. Personalidades famosas como os atores Osmar Prado e Rubens Caribé foram acometidos pela doença. O primeiro teve neoplasia na garganta (nas amígdalas), mas venceu a batalha contra o câncer. Já o segundo não resistiu e faleceu em 2022.

Segundo o médico, o principal sintoma está relacionado com a localização do câncer. Há dor local e o indivíduo nota a ferida por meio do espelho ou quando vai ao dentista. Ele reforça que, normalmente, no câncer de base de língua, o paciente consegue enxergar a lesão. Juliano comenta que a pessoa apresenta odor fétido na boca, já que, às vezes, são células do tumor que acabam morrendo e trazem esse sinal de halitose. O outro ponto é a disseminação do tumor para os linfonodos (ínguas que ficam no pescoço). É possível apalpá-los ou percebê-los aumentados naquela região.

O especialista lembra que quanto mais a doença avança, os sintomas se intensificam. Ele cita que a piora da dor, dependendo da localização, pode levar ao trismo – dificuldade de abertura da boca pelo comprometimento da mandíbula e até mesmo à paralisia de corda vocal, (alteração no timbre da voz). Entretanto, se a doença sofre metástase, normalmente o local mais frequente de disseminação são os linfonodos e, depois, o pulmão.

Autoexame

Conforme o oncologista, o autoexame não é muito falado, mas ele consiste no paciente olhar a cavidade oral na frente do espelho, observando lesões mais posteriores. Ademais, o médico salienta que é importante manter a consulta odontológica e a saúde bucal em dia, incluindo a escovação da boca com creme dental que contenha flúor e enxaguante.

Prevenção

De acordo com o oncologista, a prevenção passa por diminuir ao máximo a exposição aos carcinoides (tabagismo e alcoolismo). Juliano destaca também que o dentista é fundamental no auxílio do diagnóstico, pois quando a pessoa faz a consulta dentária anual, esse profissional, às vezes, encontra a lesão no início e encaminha o paciente ao médico. As informações são do portal de notícias Terra.

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