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Câncer de intestino: 14 dúvidas sobre como prevenir, identificar e tratar a doença

Quanto mais precoce for realizado o diagnóstico, maior a chance de cura. (Foto: Reprodução)

Cada vez mais frequente em adultos jovens, o câncer colorretal (também chamado de câncer de intestino) deve acometer quase 46 mil pessoas até 2025 no Brasil, segundo as estimativas mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca). De início silencioso, como acontece com a maioria dos tumores, a doença costuma se manifestar com alterações nos hábitos intestinais, presença de sangue nas fezes, dores abdominais e alterações no formato das fezes, que ficam mais finas ou alongadas.

“Por mais clichê que pareça, todos os tumores diagnosticados no início podem ser curados. Portanto, é possível curar o câncer de intestino. Por isso são tão importantes a prevenção e a realização de colonoscopia em todas as pessoas a partir dos 45 anos, ou antes, em casos de histórico familiar ou sintomas”, afirma o oncologista clínico Rodrigo Nogueira Fogace, do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia.

A seguir, ele responde às principais dúvidas em relação à doença.

1 – Posso chamar câncer colorretal de câncer de intestino?
Sim, são praticamente sinônimos.

2 – Quais são os principais sintomas?
Sangramentos ao evacuar, dor abdominal, mudança do hábito intestinal (intestino que naturalmente é preso começa a ficar solto ou vice-versa), fezes mais finas que o normal. Anemia sem uma causa aparente também pode estar relacionada a tumores de intestino.

3 – É verdade que ele não apresenta sintomas na sua fase inicial?
Sim. Não costuma apresentar sintomas na fase inicial. Por isso, é muito importante o rastreio, para que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível.

4 – Qual a média de idade de pessoas com a doença?
A maioria dos casos ocorre após a quinta década de vida, mais frequentemente a partir dos 60 anos. Entretanto, o número de casos entre jovens está chamando a atenção de entidades de saúde no mundo todo.

5 – Pessoas negras têm mais risco?
É muito difícil correlacionar a etnia com o risco de câncer no Brasil, já que a nossa população é extremamente miscigenada. Entretanto, há fortes indícios de que afrodescendentes são mais propensos a desenvolver câncer colorretal e em idade mais jovem.

6 – Qual o papel da alimentação e do consumo de ultraprocessados?
A alimentação está fortemente relacionada ao desenvolvimento de câncer colorretal, já que tudo o que é consumido passa pelo intestino, podendo inflamá-lo constantemente ou mantê-lo saudável. O consumo em excesso de produtos ultraprocessados pode aumentar o risco de desenvolvimento da neoplasia em até 29%, o que é extremamente elevado, quando se fala de um câncer tão frequente e agressivo.

7 – Existe algum alimento que previna a doença?
Não. Entretanto, existem alguns alimentos que ajudam a reduzir o risco: vegetais em geral, frutas e grãos ricos em fibras.

8 – Quais são os fatores de risco para a doença? Além de obesidade, constipação é um deles, por exemplo?
A alimentação tem um papel importantíssimo no desenvolvimento da doença, portanto, o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, carne vermelha, fast-foods e álcool são fatores de risco importantes.

Vale citar também a questão familiar, pois casos na família aumentam o risco de desenvolver a doença. Além disso, diabetes, idade acima de 50 anos, sedentarismo e doenças inflamatórias intestinais também estão relacionadas a uma maior probabilidade.

9 – De que forma o sedentarismo influencia no desenvolvimento desse câncer?
É muito difícil dizer o real impacto desse fator. Entretanto, sabemos que o sedentarismo altera o metabolismo do corpo e, muitas vezes, pessoas sedentárias têm outros fatores de risco não saudáveis.

10 – A colonoscopia é a única forma de diagnosticar a doença?
A colonoscopia é a principal forma de diagnosticar a doença. Há outras formas de diagnóstico, como a cirurgia de desobstrução intestinal. Entretanto, isso ocorre em estágios mais avançados da doença.

11 – A presença de pólipos no intestino indica câncer colorretal?
Não. Pólipos são pequenas elevações da mucosa do intestino e são extremamente comuns na população. Entretanto, alguns desses pólipos podem possuir células que tendem a gerar um tumor no futuro.

12 – Lesões ou úlceras no intestino significam que a pessoa tem câncer?
Não. Úlceras no intestino podem indicar um processo inflamatório intestinal, assim como ocorrem aftas na mucosa da boca.

13 – Todas as pessoas com câncer colorretal terão que usar bolsa de colostomia?
Não. Geralmente, a colostomia é necessária quando o paciente necessita de uma cirurgia de emergência.

14 – A doença tem cura?
Sim. Quanto mais precoce for realizado o diagnóstico, maior a chance de cura.

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