Domingo, 02 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de outubro de 2020
Com o objetivo de disseminar informações e conscientizar sobre o câncer de mama, o mês de outubro acende o sinal rosa para a prevenção e autocuidado. Embora as mulheres fiquem divididas entre as diversas tarefas do dia a dia, reservar um tempo para si e prestar atenção na saúde das mamas têm papel essencial na detecção precoce dos tumores. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), um em cada três casos de câncer de mama pode ser curado se for descoberto logo no início.
A doença costuma dar sinais que podem ser percebidos em fases iniciais, na maioria dos casos. Então, se você notar algum dos sintomas, procure um médico ginecologista ou mastologista. Os nódulos são a principal manifestação da enfermidade, sendo possível senti-los por meio do autoexame das mamas. O que não anula a importância da mamografia de rastreamento (também conhecida como de rotina), que deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos. Entretanto, se a mulher tiver histórico familiar, é recomendável buscar um especialista desde cedo.
Mas afinal, quando e como posso fazer o autoexame? A ginecologista Marina Berté orienta que ele seja feito todos os meses, após o período menstrual, “porque é uma época em que as mamas não estarão tão sensíveis e o exame não será desconfortável. As mulheres que não menstruam podem escolher um dia do mês para realizar o autoexame”, recomenda Berté.
A especialista ensina: “Na frente do espelho e despida, observe suas mamas com os braços ao longo do corpo, logo após, coloque as duas mãos na cabeça, note se ocorre alguma mudança no contorno das mamas ou nos mamilos. Faça a mesma observação colocando as mãos na cintura. Siga o autoexame apertando os mamilos e observando se ocorre saída de secreção. Durante o banho ou deitada, posicione a mão direita na cabeça e com a ponta dos dedos da mão esquerda, palpe sua mama direita por meio de movimentos circulares. Repita o mesmo procedimento no lado contrário, utilizando a mão direita para examinar a mama esquerda”.
As restrições e o medo de contrair a covid-19 diminuíram o número de realização de exames para diagnosticar a doença. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional Rio de Janeiro, Rafael Machado, “no Rio, a mamografia de rastreio foi praticamente zero. No Brasil, também foi uma queda vertiginosa. Com a retomada, os exames estão voltando a ser feitos aos poucos”.
E o que isso significa? O médico explica que acarreta no diagnóstico de tumores em estágios mais avançados. “Dificultando a cura e levando à cirurgias maiores e tratamentos mais agressivos”, esclarece. Machado adverte: “Fazendo o diagnóstico na fase pré-clínica, você aumenta as chances de tratamentos menos agressivos e mutilantes, com maior possibilidade de cura”.
Qual é a importância da mamografia? “É o instrumento de rastreio do câncer de mama, que é o tipo de câncer que mais mata as mulheres brasileiras atualmente. O exame é capaz de detectar lesões ainda muito pequenas que, se não fossem retiradas, poderiam evoluir para cânceres altamente agressivos. Com isso, a mamografia resulta em menores taxas de mortalidade e maior tempo de vida da população feminina”, explicou o ginecologista Kelvin Ribeiro.