Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2022
O jornalista David Coimbra faleceu na sexta-feira (27), aos 60 anos, em decorrência de complicações de um câncer renal. Ele descobriu a doença em 2013 e desde então, transitava entre Boston, nos Estados Unidos, e o Brasil, para tratar o tumor. Desde o dia 22 de maio, ele estava internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
Os rins funcionam como um filtro para o corpo, eliminando toxinas e outras substâncias e mantendo o equilíbrio de água e sais do corpo. Mas sua função vai além. Eles também são responsáveis por fabricar hormônios que estimulam a produção de glóbulos vermelhos e ajudar a regular a pressão arterial.
O câncer de rim acomete cerca de 3% dos adultos que têm algum tipo de câncer em todo o mundo. No Brasil, são cerca de seis mil casos por ano. A doença é duas vezes mais comum nos homens do que nas mulheres e atinge com mais frequência pessoas entre 50 e 70 anos de idade.
Existem cinco principais tipo de câncer de rim. O mais prevalente é o carcinoma de células renais claras, que se origina nos rins e pode se espalhar pelo corpo. Há também o carcinoma papilífero, que é considerado mais grave e corresponde a 15% dos casos; o carcinoma cromófobo de células renais – responsável por cerca de 5% dos casos; o de ductos coletores, tipo raro e agressivo, que representa apenas 1% dos casos; e o sarcomatoides, que também é raro e agressivo, representando 1% dos casos.
Nas fases iniciais, o câncer de rim não costuma causar sintomas. Quando surgem, os mais comuns são presença de sangue na urina, dor na região lombar, perda de peso, redução do apetite, cansaço, palidez, febre. Em caso de doença avançada, também pode haver aumento do volume abdominal, inchaço das pernas, falta de ar e tosse, dores ósseas ou fraturas, dor de cabeça, tontura, visão dupla e perda da força muscular de um dos lados do corpo.
Os fatores de risco da doença incluem tabagismo, obesidade, hipertensão, história familiar da doença, doença de Von Hippel-Lindau e diálise. Por isso, a prevenção envolve a suspensão do tabagismo, perda de peso, além de um estilo de vida saudável, com uma alimentação rica em frutas e vegetais e prática regular de atividade física.
Não há exame de rotina para o diagnóstico precoce da doença. Em geral, a identificação do tumor ocorre por meio de achados incidentais em exames como a ultrassonografia do abdômen. No entanto, a confirmação exige a realização de outras ultrassonografias e tomografia computadorizada.
O tratamento varia de acordo com o estágio da doença. Tumores iniciais são altamente curáveis por meio da retirada parcial ou total do órgão. Cânceres mais avançados podem exigir cirurgia mais invasiva, além do uso de medicamentos de imunoterapia ou terapia alvo molecular.
Se já houver metástase, o tratamento não pode ficar restrito ao controle do tumor renal. Nesses casos, além da cirurgia para retirada do rim, pode ser necessário operações para retirada de outros tumores, além de tratamento com imunoterapia ou terapia antinogênica.