Os cientistas têm uma boa ideia dos alimentos que devem ser evitados para reduzir o risco de câncer: carnes vermelhas, alimentos processados, álcool e bebidas açucaradas. Mas, de acordo com a pesquisadora de prevenção do câncer no Fred Hutchinson Cancer Center em Seattle, Johanna Lampe, saber o que comer nem sempre é fácil.
“Muitos estudos de nutrição dependem de pessoas lembrarem com precisão o que consumiram até um ano atrás e é complicado entender como alimentos individuais podem influenciar a saúde quando fazem parte de uma dieta maior. Estilo de vida, ambiente, hormônios e genes também precisam ser considerados”, explica.
Brócolis
Segundo a pesquisadora Johanna Lampe, vegetais crucíferos – como brócolis, couve de Bruxelas, couve-flor e repolho – são ricos em isotiocianatos. Esses compostos vegetais ajudam as células a eliminar toxinas e se reparar, o que é crucial para a prevenção do câncer.
Pesquisas sugerem que consumir mais de quatro ou cinco porções de vegetais crucíferos por semana promove a redução do risco de câncer e outras condições crônicas.
Tomates
Estudos têm conectado há muito tempo os tomates ao risco reduzido de câncer de próstata, devido às abundantes reservas de licopeno: um antioxidante que confere aos tomates a sua cor vermelha. Mas, de acordo com a professora-assistente de nutrição na Baylor College of Medicine, Nancy Moran, o licopeno pode ser apenas um dos muitos compostos que ajudam a defender o organismo contra o câncer de próstata, mama, pulmão e colorretal.
Grãos integrais
Os grãos integrais são ricos em fibras, vitaminas, minerais e compostos vegetais, que juntos podem reduzir o risco de câncer. De acordo com um estudo publicado em 2020 pelo Cancer Research UK, as reduções de risco para as grandes ingestões de grãos integrais variaram entre 5% e 12%. Em uma análise geral, a ingestão de 30g por dia de grãos integrais foi associada a um risco 7% menor de mortalidade por câncer.
Frutas vermelhas
Frutas como morangos, mirtilos, cranberries, romãs e amoras são ricas em antioxidantes que ajudam a proteger as células do estresse e danos no DNA, que podem aumentar o risco de câncer.
“Compostos vegetais chamados antocianinas dão às frutas vermelhas suas cores vibrantes e sua capacidade anti-inflamatória. Reduzir a inflamação é importante, porque ela é um grande impulsionador do câncer”, afirma Brockton.
Uvas
As uvas de tonalidade vermelha apresentam em sua casca grande concentração de uma substância chamada resveratrol. Estudos mostram que esse composto tem o potencial de impedir o início do câncer na mama, fígado, estômago e sistema linfático.
Segundo uma nova pesquisa publicada na revista Science Translational Medicine, o suco de uva vermelha é mais eficaz em doses menores na prevenção do câncer de intestino em ratos do que em doses altas. Um estudo publicado ano passado também sugere que o resveratrol demonstrou ter atividade anticancerígena, passando a ser considerado uma alternativa para o tratamento e prevenção de vários tipos de câncer.