Terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2023
Candidato à Casa Rosada (foto) chamou o presidente brasileiro de "corrupto", "comunista"
Foto: ReproduçãoCandidato à Presidência da Argentina, Javier Milei afirmou que, caso eleito, não se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista a um jornalista peruano e ao jornal La Nación, o concorrente de Sergio Massa, candidato peronista à Casa Rosada, se referiu ao mandatário brasileiro como “corrupto” e “comunista”. Para o libertário, o petista está interferindo nas eleições argentinas em favor do seu adversário.
O primeiro turno das eleições na Argentina ocorreram no dia 22 de outubro. O segundo turno está marcado para o próximo dia 19 de novembro. Ao ser questionado sobre sua opinião sobre o presidente brasileiro, Milei respondeu: “Um comunista”. Jaime Bayly, jornalista peruano, acrescentou: “E um grande corrupto, não?”. “Por isso esteve preso”, respondeu Milei.
Milei afirmou ainda na entrevista publicada nesta quarta-feira (08), que não pretende se encontrar com Lula em caso de vitória sobre Massa. No domingo (05), em outra entrevista, ao jornal La Nación, Milei acusou o presidente brasileiro de interferir na campanha presidencial argentina.
“As pessoas [apoiadores] de Bolsonaro e alguns jornalistas do Brasil denunciaram que Lula está interferindo nesta campanha, financiando parte dela, e dentro desse pacote há um conjunto de consultores brasileiros que são os melhores especialistas em campanha negativa”, disse o candidato libertário.
No dia 29 de agosto deste ano, jornais da Argentina trouxeram relatos da conversa ocorrida na véspera entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Economia daquele país, Sergio Massa, no Palácio do Planalto. Candidato do peronismo à sucessão de Alberto Fernández, Massa esteve no Brasil, no dia 28, para tratar de um empréstimo de US$ 600 milhões, com o objetivo de financiar exportações.
Lula disse ao ministro, de acordo com o candidato, que enviaria pessoas de sua equipe à Argentina, com o objetivo de ajudá-lo na campanha “para parar a direita”, de acordo com as publicações argentinas.
Liberação de empréstimo
Além disso, como revelou o Estadão, Lula teria atuado para autorizar uma operação para que o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) concedesse empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina. A informação foi revelada pela colunista Vera Rosa.
O país vizinho precisava desse empréstimo-ponte para que o FMI (Fundo Monetário Internacional) pudesse liberar um desembolso de US$ 7,5 bilhões. A rigor, a Argentina não poderia ter acesso aos recursos do FMI, porque já havia esgotado o limite de crédito.
O Palácio do Planalto entrou em contato com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que é governadora do Brasil no CAF. A ação ocorreu às vésperas da já mencionada visita de Sergio Massa ao País. O empréstimo-ponte não é ilegal e passou pelo crivo de 21 países-membros do banco. Somente o Peru votou contra.
À época, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência disse que “diferentemente do que vem sendo repercutido” (pela imprensa), o empréstimo não teve intervenção do presidente. O comunicado afirma, ainda, que Lula não conversou sobre o empréstimo com Tebet.
Durante audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, a ministra disse que não consultou Lula diretamente, mas admitiu que recorreu ao Itamaraty para saber como os demais países membros do CAF pretendiam votar em relação ao pedido da Argentina.