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Cláudio Humberto Candidato, Bolsonaro sinaliza oposição sem trégua

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(Foto: Divulgação)

O curto discurso da tarde desta terça (1º) deixou claro que o presidente Jair Bolsonaro permanecerá se opondo a Lula e a tudo que o presidente eleito representa, recusando-se a reconhecer a vitória do petista. Até porque ele e seus apoiadores acham que não foram derrotados por Lula, mas sim por uma aliança política em torno do oponente, incluindo setores da mídia e decisões judiciais que desequilibraram a disputa eleitoral.

Sinal de joinha
Ao criticar os bloqueios, mas sem apelar enfaticamente pelo seu fim, ele se recusou a desautorizar quem se manifesta em sua defesa.

Projeto 2026
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) avisou ontem, em conversa com jornalistas, que seu pai será mesmo candidato a presidente, em 2026.

Marcação cerrada
O cientista político Paulo Kramer avalia que Bolsonaro se posicionou, ontem, como principal líder da oposição ao próximo governo.

Demorou demais
O problema é que Bolsonaro demorou demais a agradecer os incríveis 58 milhões de votos que recebeu. Passou a impressão de “mimimi”.

‘Tradição’ de reconhecer derrota não há no Brasil
O presidente Jair Bolsonaro se recusou a “reconhecer a vitória de Lula” por entender que a cobrança objetivava vê-lo humilhado pela derrota. Na pressão para ele se pronunciar, apelou-se para uma “tradição” que é uma mentira: no Brasil, não há precedente de presidente derrotado na reeleição. Nem de derrotado para presidente que tenha feito esse gesto. Essa tradição é observada em outras democracias, como a americana.

Sem cobranças
Em 2018, por exemplo, Fernando Haddad (PT) se recusou a admitir a derrota e ou a cumprimentar o vitorioso. Nem foi cobrado pela mídia.

Inimigo é inimigo
Bolsonaro nunca avaliou o que se cobrava dele, ou seja, reconhecer a vitória de Lula. Um soldado não cumprimenta o inimigo.

Lambendo feridas
Ele ficou abatido com a derrota, que não esperava, por isso demorou a falar. “Precisava de um tempo para lamber as feridas”, disse um auxiliar.

Líder da oposição
Bolsonaro foi aconselhado a dar tom motivacional ao discurso, a fim de manter a tropa mobilizada para 2026. Optou por fala curta, agradecendo a votação e aceitando a condição de líder da futura oposição.

Saudade aliviada
Um pouco antes de iniciar seu discurso, nesta terça, Bolsonaro segredou uma ironia ao ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), enquanto aguardava o silêncio dos ruidosos repórteres: “Eles vão sentir saudades da gente…”

Clamor por fala
Bolsonaristas se mobilizam para lotar a Esplanada nesta quarta (2) de feriado em Brasília. Os apoiadores, muitos deles evangélicos, esperam participação do presidente, que falou por só dois minutos em 72h.

Ora, a Constituição…
O ministro do STF Luís Barroso mandou os tribunais criarem “comissões” para “avaliar” sentenças de reintegração de posse. O fim do direito de propriedade logo será deletado. A Constituição? Ora, a Constituição…

Alívio geral
No minuto seguinte à fala do presidente Jair Bolsonaro, ontem (1º), às 16h39 o índice Bovespa atingiu o pico dos últimos dois dias, revelando o alívio do mercado com fala curta, mas conciliatória do atual presidente.

Fora do noticiário
Apesar do momento de incertezas em relação a como será a transição de governo, a associação dos lojistas de shoppings (Alshop) prevê que o fim de ano deve gerar 90 mil novas vagas, 12,5% mais que em 2021.

A bolha é maior
Só há 300 mil perfis verificados no Twitter (0,2%), diz a revista lacradora New Statesman, avaliando que seria natimorto o plano de Elon Musk de cobrar a verificação. Esqueceram de perguntar aos outros 99,8%.

Estranha atenção?
Virou manchete na versão em inglês jornal do partido comunista chinês o aumento das mortes violentas em… Boston, nos EUA, de 21 em 2021 para 26 no mesmo período este ano. Cidade com população semelhante no Brasil, Feira de Santana (BA) registrou 383 assassinatos em 2021.

Pergunta na ‘narrativa’
A lorota de golpe, iniciada em 1º de janeiro de 2019, termina 31 de dezembro de 2022 ou fica até 2026?

PODER SEM PUDOR

Acabou na penitenciária
Coronel Jardim, ex-prefeito de Diamantina (MG), adorava contar a conversas que teve certa vez com um fazendeiro local: “Sabe daquele menino, o Juscelino? Foi nomeado prefeito da capital.” Ele respondeu: “Que bom! E o menino Odilon (Behrens)?” Recebeu a notícia: “Esse virou médico e agora é dono de hospital.” O fazendeiro perguntou, referindo-se ao terceiro dos amigos de infância de Diamantina: “E aquele baixinho, com nome de turco?” O prefeito lembrou: “O Alkmin? Está na penitenciária de Neves.” O fazendeiro deu de ombros: “Eu bem que sabia. Nunca gostei do jeito dele…” Jardim deu uma gargalhada. José Maria Alkmin era diretor da penitenciária.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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