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Candidato de centro-esquerda Bernardo Arévalo é eleito presidente da Guatemala

Arévalo tem 64 anos, é sociólogo e filho do ex-presidente Juan José Arévalo. (Foto: Reprodução/Twitter)

O candidato de centro-esquerda Bernardo Arévalo, do partido Semilla, venceu as eleições presidenciais da Guatemala, realizadas no domingo (20). Ele obteve quase 60% dos votos, enquanto Sandra Torres (UNE) não chegou a 40%. A votação encerrou às 18h pelo horário local (21h pelo horário de Brasília).

Após a confirmação da vitória, o atual presidente da Guatemala, o direitista Alejandro Giammattei, parabenizou Arévalo. “Parabenizo Bernardo Arévalo e estendo o convite para iniciar uma transição ordenada no dia seguinte à oficialização dos resultados”, disse ele no Twitter.

Quase 3.500 centros de votação funcionaram em todo o país e não foram relatados “incidentes significativos”, conforme a Justiça Eleitoral, que afirmou que houve uma “participação histórica”.

Arévalo tem 64 anos, é sociólogo e filho do ex-presidente Juan José Arévalo (1945-1951), o primeiro líder democrático do país após décadas de ditaduras, que encerrou os 13 anos de poder de Jorge Ubico, um admirador de Hitler que submeteu indígenas maias a trabalhos forçados.

Arévalo nasceu no Uruguai durante o exílio do seu pai e viveu na Venezuela, México e Chile antes de chegar à Guatemala aos 15 anos. Estudou sociologia em Israel, foi vice-chanceler e embaixador da Guatemala na Espanha durante o governo do falecido presidente Ramiro de León Carpio.

Arévalo gera esperanças de mudança em um país imerso em pobreza, violência e corrupção, fatores que levam milhares de guatemaltecos a migrar a cada ano. Porém, ele é visto com apreensão pela elite política e empresarial.

O novo presidente promete seguir os passos do seu pai para tirar da pobreza 60% dos 17,6 milhões de guatemaltecos. “Não sou meu pai, mas sigo o mesmo caminho”, declarou no encerramento de sua campanha.

Arévalo disse que não legalizará o aborto nem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas garante que não permitirá a discriminação ou estigmatização por gênero ou religião.

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