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Política Capacidade de articulação de Hugo Motta deve confirmar neste sábado uma ampla vitória dele para a presidência da Câmara dos Deputados

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A proximidade com Eduardo Cunha é um dos poucos aspectos considerados negativos na biografia de Motta, de acordo com lideranças políticas da esquerda à direita. (Foto: Mário Agra/Agência Câmara)

“Eu disse ao ministro [Fernando] Haddad: toda vez que [o deputado] Hugo Motta for relator de uma matéria, a imprensa e a sociedade brasileira podem ter a certeza de que aquela matéria será aprovada”. A declaração foi dada em dezembro de 2023 pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, durante anúncio da equipe econômica de medidas para a busca da meta de déficit fiscal zero nas contas públicas de 2024.

A exaltação à capacidade de articulação de Motta – que deve confirmar neste sábado (1º) uma ampla vitória para a presidência da Câmara dos Deputados – foi repetida pelo próprio Haddad, pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e por outras autoridades presentes. O petista classificou o deputado como um interlocutor “à altura dos desafios que estão colocados para o país”.

Foi uma percepção parecida que levou Motta à presidência da CPI da Petrobras em 2015, quando tinha só 25 anos. Foi o primeiro cargo de maior projeção política do deputado, àquela altura já em seu segundo mandato na Câmara, então comandada por Eduardo Cunha. Relator da CPI, o ex-deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) também enalteceu a capacidade de articulação de Motta.

“Era uma CPI difícil, extremamente conflitante e com muita disputa política, mas ele soube administrar bem aquele conflito. Como a Câmara é um palco permanente de conflito, acredito que tenha todas as credenciais para presidi-la”, disse Sérgio.

A proximidade com Cunha é um dos poucos aspectos considerados negativos na biografia de Motta, de acordo com lideranças políticas da esquerda à direita. Durante a votação da cassação do deputado, em setembro de 2016, Motta ausentou-se do plenário junto com outros integrantes da “tropa de choque” de Cunha. Procurado, o ex-presidente da Câmara não se pronunciou.

Rodrigo Maia, que presidiu a Casa entre 2016 e 2021, avalia que, apesar de algumas diferenças de temperamento, Motta deve manter a linha do atual presidente, Arthur Lira (PP-AL). A seu ver, o paraibano fará andar a agenda econômica do governo e submeterá as proposições mais polêmicas à vontade do plenário. “Se houver maioria para votar, coloca em votação. Enquanto o cenário for turbulento, mantém o pé no breque”, pontuou.

Maia alinha-se a uma avaliação quase unânime nos corredores do Congresso quando o assunto é o perfil de Motta: “Um político ponderado, afeito ao diálogo e com bom trânsito por legendas de todos os espectros.”

Apesar de pertencer a um importante clã político do interior da Paraíba, Motta tem a trajetória política toda construída em Brasília. Chegou à Câmara em 2011, aos 21 anos, e já está no quarto mandato, sempre com votações crescentes. Na última eleição, em 2022, foi o deputado mais votado de seu Estado, com pouco mais de 158 mil votos.

Durante a campanha para a eleição da Câmara, Motta indicou que poderia chancelar o avanço dos debates sobre o projeto que oferece anistia aos golpistas envolvidos no 8 de Janeiro, mas em seguida recuou. “Nós tivemos um episódio triste que foi o 8 de Janeiro, mas também não podemos permitir que injustiças sejam cometidas por pessoas que tenham levado condenações acima daquilo que seria o justo para com a participação ou não dessas pessoas”, declarou, à época, o deputado.

Atualmente Motta integra a base aliada do governo e votou bastante com o Executivo nesses dois primeiros anos do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E seu partido ocupa o Ministério de Portos.

Um ministro do governo acredita, ainda assim, que Lula tende a ter com Motta uma relação melhor do que com Lira, mesmo na discussão das emendas parlamentares. “Esse jogo das emendas não tem mais como não jogar. Está dado esse papel de ‘presidente de sindicato’ para o presidente da Câmara. Mas eu acredito que, mesmo nesse tema, a discussão tende a ser um pouco mais flexível”, opinou.

O próprio Motta tem questões em relação a emendas parlamentares. Em 2011, ainda em seu primeiro mandato, ele destinou R$ 2 milhões para a construção do Teatro Municipal de Patos, na gestão de seu pai. A obra ainda não está pronta, 14 anos depois. A construção foi paralisada e abandonada várias vezes por falta de pagamento às empresas, mandatos interrompidos e irregularidades. Procurado, o deputado não se manifestou.

O grande acordo político em torno da sua candidatura deve resultar em uma vitória ampla, possivelmente superior à obtida por Lira em 2023, quando obteve 464 votos entre os 509 deputados presentes. Seus adversários são os deputados Marcel van Hattem (Novo-RS), que também concorreu há dois anos, e o Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ). As informações são do jornal Valor Econômico.

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