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Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2022
O Vaticano realizou neste sábado (27) o 8º Consistório do Papa Francisco para a criação de 20 novos cardeais. Entre os novos cardeais, dois são brasileiros. Tratam-se dos arcebispos Paulo Cezar Costa, de Brasília, e Leonardo Ulrich Steiner, de Manaus.
Com as posses, o Brasil passa a ter oito integrantes no Colégio Cardinalício, corpo responsável por tomar as principais decisões e, na prática, ocupar cargos e funções ativas na administração do Vaticano. Na última atualização, feita em 8 de agosto, constavam 206 cardeais na lista da Santa Sé, ainda sem incluir os novos empossados.
Desses, 116 são eleitores, que dizer, possuem menos de 80 anos e participam do concílio para a escolha de novos papas, por exemplo, podendo votar e ser votados. Com os dois novos cardeais, o Brasil passa a contar com seis eleitores.
Só Itália, Estados Unidos e Espanha têm mais com mais cardeais. Entre os nomeados, 16 prelados estão aptos a participar de um conclave, reunião para a escolha de um novo papa.
Em julho, ao final de sua viagem ao Canadá, o papa Francisco revelou a possibilidade de que possa renunciar por causa de seu estado de saúde, embora não no curto prazo. O pontífice de 85 anos sente dores no joelho e dificuldades de mobilidade provocadas por outros problemas de saúde.
Brasileiros
Os cardeais brasileiros que tomaram posse foram nomeados em maio. Franciscano assim como o papa, Dom Leonardo Steiner nasceu em Santa Catarina e já ocupou por duas vezes a direção geral do Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele foi nomeado arcebispo de Manaus em 2019 e agora torna-se o primeiro cardeal da região amazônica brasileira a tomar posse no Colégio Cardinalício. Sua nomeação era esperada em razão da a ênfase dada às questões ambientais durante o papado de Francisco.
“As comunidades da Amazonia são muito agradecidas, todas muito alegres por essa nomeação. Esse é um sentimento que eu carrego, de gratidão, não como uma questão pessoal, mas de estar a serviço da Igreja na Amazônia”, disse Steiner antes da posse à agência de notícias do Vaticano.
Dom Paulo Cezar Costa foi pároco de diversas cidades no interior do Rio de Janeiro, como Vassouras e Valença, e, em 2011, foi nomeado pelo papa como bispo-auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Em 2013, ele foi diretor administrativo da Jornada Mundial da Juventude, no Rio. O cardeal se tornou bispo de São Carlos em 2016 e arcebispo de Brasília em 2020.
“O papa Francisco levou o cardinalato bem para a periferia do mundo, muitos lugares que nunca tinham visto cardeais, o papa Francisco nomeou cardeais. É aquilo que ele tem apontado no seu caminho para a Igreja. Ele quer uma Igreja que vá às periferias, humanas, existenciais, as periferias do mundo”, disse Dom Paulo Cezar Costa neste sábado, em entrevista à rádio do Vaticano.