Quarta-feira, 16 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2017
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) foi escolhido relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS, instalada na semana passadano Congresso para apurar supostas irregularidades em empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao grupo J&F – que controla a JBS.
A escolha foi feita pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da CPI, que já havia declarado que o PMDB teria preferência para indicar um relator, por formar as maiores bancadas na Câmara e no Senado.
Nos bastidores, houve pressão do PMDB e do governo para que Marun, que faz parte da “tropa de choque” de Temer, fosse escolhido relator. Para tentar diminuir a influência do peemedebista na relatoria, Ataídes Oliveira nomeou dois sub-relatores.
O deputado delegado Francischini (SD-PR) assumirá a sub-relatoria de contratos da JBS, que também tratará da delação do grupo, e o deputado Hugo Leal (PSB-RJ) ficará com a sub-relatoria de assuntos fiscais, previdenciários e agropecuários.
O próprio Ataídes Oliveira chegou a dizer que Hugo Leal (PSB-RJ) e Delegado Francischini (SD-PR) também estavam cotados para a função de relator. Os dois votaram contra Temer durante análise de denúncia na Câmara dos Deputados.
No fim de semana, Ataídes de Oliveira se encontrou com Temer e com o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassay, que afirmou que o PMDB não abriria mão da nomeação de Marun como relator.
Líderes peemedebistas também disseram que não deixariam os trabalhos da CPI andarem se Marun não fosse o relator, pela questão da proporcionalidade.
Criada em maio, a comissão só foi instalada depois que a Procuradoria Geral da República anunciou que revisaria as delações da JBS por suspeita de omissão de informações.
Os depoimentos de Joesley Batista, um dos donos do grupo, e de executivos da empresa embasaram a denúncia contra o presidente Temer por corrupção passiva, que foi barrada pela Câmara em agosto.
A CPMI
A CPI mista é composta de 17 vagas titulares para senadores e 17 cadeiras titulares para deputados titulares. No entanto, nem todos os partidos fizeram as indicações. O PMDB, por exemplo, não indicou o nome dos senadores do partido que serão titulares no colegiado quando da abertura da CPI.
O colegiado terá prazo de 120 dias (prorrogáveis por mais dois meses) para apresentar um relatório final.
A comissão terá como foco da investigação os empréstimos concedidos pelo BNDES à JBS entre 2007 e 2016, durante os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Pedidos de convocação
A CPMI tinha na pauta, além da oficialização do nome do relator, a votação de 95 requerimentos. Entre os quais, pedidos de convocação de empresários, políticos e de procuradores da República.
Entre os pedidos de convocação, estão:
Para as convocações serem efetivadas, os requerimentos precisam ser aprovados pelo colegiado. (AG)