Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
24°
Fair

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Porto Alegre Carnaval de Porto Alegre empolga foliões e supera expectativas em noites de desfiles

Compartilhe esta notícia:

Imperadores do Samba é a atual campeã do Carnaval de Porto Alegre. As vencedoras de 2023 serão conhecidas nesta segunda-feira

Foto: Alex Rocha/PMPA
Alex Rocha/PMPA

Nem a chuva que caiu nas noites de sexta-feira (03) e no sábado (04) ofuscou o brilho das escolas que estiveram na passarela do samba no Complexo Cultural do Porto Seco, na Zona Norte de Porto Alegre.

Com arquibancadas cheias, a expectativa pela retomada da folia na Capital foi superada. O amor pelo carnaval de muitos foliões registrou um Porto Seco com lote extra de ingressos gratuitos para as arquibancadas.

Entre os destaques deste ano foi a estrutura que foi montada e os diversos serviços de órgãos da administração da Capital que estavam no Porto Seco. A prefeitura mobilizou atendimento de áreas essenciais como segurança, saúde, assistência social, trânsito e transporte, tecnologia, limpeza e fiscalização.

“O Carnaval 2023 uniu muitas mãos para entregar uma festa organizada, com infraestrutura, arte e segurança. Que seja uma festa de paz, mostrando todo o talento e a alegria de nossa cultura popular”, disse o prefeito Sebastião Melo.

Na primeira noite da folia, dez escolas dos grupos Prata e Ouro desfilaram. No sábado, mais dez agremiações e uma tribo foi convidada. O evento abriu as comemorações do mês de Aniversário de Porto Alegre.

Os jurados terão trabalho para escolher a vencedora deste ano. A apuração está prevista para esta segunda-feira (06), a partir das 14h, no Porto Seco.

Primeira noite

A escola Acadêmicos da Orgia abriu a primeira noite do Carnaval 2023, no Complexo Cultural do Porto Seco, na sexta-feira. A garoa deu uma trégua e a agremiação ocupou a passarela Carlos Alberto Barcelos, o Roxo, para desenvolver o enredo em homenagem ao afro-gaúcho Oliveira Silveira. Oliveira foi poeta, escritor, professor, pesquisador da cultura, política e história afro-brasileira.

Segunda escola a desfilar na sexta-feira, a Mocidade Independente da Lomba do Pinheiro entrou na avenida às 21h15. Fundada em 5 de março de 1985, é presidida por Jorge Vidal. O carnavalesco Guaraci Feijó desenvolveu o tema através de perguntas do chamado jogo divinatório do povo africano.

A escola passou com três carros alegóricos. O primeiro Orum, Reino de Olorum. No carro dois, Velas, rotas…seres sem alma, com os escravocratas. No terceiro carro, Adébáyó, com ile da Mocidade, em dia de festa de Cosme e Damião.

Uma garoa persistente acompanhou o desfile da Academia de Samba Praiana, terceira escola a desfilar na noite de sexta-feira. A Praiana trouxe o enredo NKISI e a Herança Ancestral da Civilização Banto. A escola das cores verde e rosa, uma das agremiações mais antigas da Capital, retoma a temática africana que não fazia parte dos seus desfiles desde a década de 1960.

A insistente chuva deu uma pausa no início do desfile da Império da Zona Norte na noite de sexta-feira. Com as cores amarelo, prata e branco e o símbolo de dois leões alados coroados, a escola entrou na passarela do Complexo Cultural do Porto Seco às 22h40.

A Zona Norte enraizada neste chão: Pedro Guilherme a Semente de um Império de Paixão foi o enredo apresentado. De autoria de Igor Rodrigues e desenvolvido por Edson Souza, o Dico, o tema falou das raízes históricas e miscigenadas de uma Zona Norte que nasceu da plantação de Pedro Guilherme.

Com 15 alas e dois carros alegóricos, a escola, fundada em 20 de março de 1975, desfilou para homenagear a ancestralidade da natureza, representada no primeiro carro, no qual eram contadas histórias sobre o passado, presente e futuro.

Última concorrente da Série Prata a desfilar no primeiro dia, a Copacabana iniciou a sua apresentação à 0h15 de sábado, 4. A escola da Vila Bom Jesus veio com o enredo Agudás. Ideais de Liberdade da negritude, de autoria de Jorge Bertoli Junior e desenvolvido pela Comissão de Carnaval. Foi a quinta escola na passarela do Porto Seco.

A epopeia Agudá, que em si guarda todas a faces da negritude: a dolorosa, a agressiva, a serena, porém vitoriosa é a África que está vindo para o Brasil, trazendo lembranças culturais como bagagem: comidas, religiosidade e sabedoria. No desenvolvimento do tema foram 21 alas e quatro carros alegóricos.

Primeira escola da Série Ouro, a Bambas da Orgia iniciou o seu desfile à 1h15 de sábado, 4. Após meia hora na passarela, uma chuva fina começou a cair sobre o Porto Seco, logo virando uma precipitação mais intensa – mesmo assim, os componentes da escola não desanimaram e seguiram com o samba no pé.

A Bambas apresentou uma homenagem aos 100 anos da escola carioca Portela, com o enredo Ilu Ayê! Escola de Bamba é Portela. A celebração era, acima de tudo, um momento de memória, o resgate da herança que busca reafirmar o compromisso com a ancestralidade, negritude e as origens das mais relevantes manifestações da cultura popular brasileira.

Fundada em 6 de maio de 1940, e ostentando as cores azul e branco e tendo como símbolo a águia, a escola passou na avenida com 17 alas e três alegorias.

Fundada em 7 de setembro de 1950, a Fidalgos e Aristocratas foi a segunda escola da Série Ouro a desfilar, já na madrugada de sábado. O enredo levou para a avenida a força guerreira de Xica da Silva, citada no enredo como exemplo de vida, de luta, realizações e conquistas, a dignidade, força e grandeza da raça negra.

Mesclando narrativa ficcional e escrita acadêmica, o desfile atravessou os campos da história da arte, cultura pop, Carnaval e macumba – um grande ‘ebó’ de Xica dedicado às mulheres negras e aos dias de folia.

O enredo Laroyê, Xica da Silva! Xica é Modjubá – Um legado africano, a resistência de uma raça é de autoria de Michael Smith, e foi apresentado na avenida com 19 alas e três carros alegóricos.

A onça negra que simboliza a escola Acadêmicos de Gravataí entrou na passarela Carlos Alberto Barcelos, o Roxo, às 3h30 de sábado para apresentar o tema Brilha nos olhos da Onça Negra, Gravataí: a cidade do futuro!

Foi uma homenagem aos 260 anos de Gravataí, em um enredo que misturou realidade e fantasia vislumbrando o futuro da cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre.

Sozinhos somos fortes. Juntos Somos Imbatíveis! A cooperação nos fará campeões! O sistema cooperativo foi tema da Imperatriz Dona Leopoldina, que iniciou o seu desfile às 4h30 de sábado, 4.

Com as cores laranja, preto e branco, mais a coroa imperial com louros da vitória como símbolo, a Imperatriz Dona Leopoldina levou para a passarela um time de carnavalescos: Reinaldo Óliver, Douglas Pacini, Ricardo Carneiro e Egilson Ferreira. Eles dividiram a responsabilidade de desenvolver um enredo sobre o conceito de cooperar e unir para um mesmo fim, ou seja, o cooperativismo.

O desfile teve 17 alas e três alegorias, representando a integração dos povos indígena e negro, que se unem em torno da coroa imperial, símbolo da Imperatriz.

A última escola a desfilar na primeira noite de Carnaval no Complexo Cultural do Porto Seco, Unidos da Vila Isabel iniciou o desfile às 5h55, com o dia já amanhecendo. Após 30 minutos, a chuva tomou conta da avenida e persistiu até o fim da apresentação.

O enredo trouxe uma série de perguntas para discutir “O que realmente importa em nossas vidas?” A escola de Viamão propôs uma abordagem em torno do que acreditamos ter valor, refletindo sobre relações humanas e a integração entre as pessoas, tendo como eixo o ouro. Foram apresentados alguns aspectos históricos que contribuíram para a qualidade de vida que existe hoje na sociedade moderna.

A Vila Isabel desfilou com 17 alas. A apresentação teve três setores e quatro alegorias.

Segunda noite

A Tribo Os Comanches abriu a segunda noite de desfiles no Porto Seco. Os Comanches levou para o Porto Seco uma homenagem à bebida sagrada da índia Jurema. Com as cores amarelo, vermelho e branco, o grupo levou muita animação para a pista.

O desfile de tribos é diferente das escolas de samba. Os Comanches desfilaram com um abre alas, dez alas, primeira e segunda porta estandarte, primeira e segunda porta-bandeiras e dois casais de bailarinos, além do Carro da Mata e bateria.

Fundada em 15 de novembro de 1969, a Escola Protegidos de Princesa Isabel foi a segunda agremiação a desfilar na noite deste sábado, abrindo seu desfile às 20h. O enredo “Vigiai & Orai em qualquer brecha o pecado faz a festa’’ é baseado nos sete pecados. É de autoria de Lana Flores e foi desenvolvido por Rogério Douglas.

Ao abordar os pecados, a Protegidos o faz de forma, saudável, alegre, cantando e se divertindo no desfile. Para desenvolver o tema, a escola fez um desfile divididos em três setores, compostos por 15 alas.

A Escola Filhos de Maria, fundada em 28 de abril de 2019 na Lomba do Pinheiro, disputa a Série Prata. A chuva voltou durante o passagem da escola e persistiu até o final da apresentação. O enredo foi uma criação baseada em três Lendas da Obirici, com o objetivo de homenagear a cultura e as mulheres indígenas.

A terceira escola da noite iniciou seu desfile às 22h em disputa pela Série Prata. Academia de Samba Puro trouxe como tema a erva-mate além da cuia; origem e mistérios da bebida símbolo dos gaúchos. Para desenvolver o enredo, os carnavalescos Fabiano Almeida e Regina Passaes se valeram de 18 alas, duas alegorias, um tripé e um conjunto cenográfico na comissão de frente.

O abre-alas representou o solo sagrado de Tupã com a plantação da erva-mate, os índios guaranis e as belezas da fauna e da flora. A segunda alegoria apresentou os caminhos da erva-mate, suas festas e tecnologia. O conjunto cenográfico da comissão de frente trouxe o tradicional O galpão crioulo e a oca indígena.

Representante da Restinga pela Série Prata do Carnaval de 2023, a União da Tinga entrou na avenida às 22h55 deste sábado. Com as cores verde, vermelho, amarelo e branco, ostentando o símbolo de um pavão, a escola apresentou o enredo Restinga: o Quilombo que deu certo para refletir sobre a própria comunidade.

A implantação do novo bairro no Extremo Sul da cidade parecia algo ilusório décadas atrás. O transporte público para os trabalhadores acontecia uma vez pela manhã e outra à noite, criando uma espécie de cidade dormitório. Aos poucos, uma nova ordem foi sendo construída, resultado em um novo bairro e comunidade.

Com quase uma hora de atraso, a Império do Sol abriu os desfiles da série Ouro no sábado. O enredo da escola defendeu um dos direitos garantidos pela Constituição Federal: “Resido na Morada do Amor, Faço este Samba com Emoção para Falar do Direito à Habitação”.

Para apresentar as características habitacionais do Brasil e a luta pela casa própria, a escola trouxe para a avenida quatro carros alegóricos e um tripé. A alegoria do abre alas, denominada A Paixão faz Morada, lembra que a escola é também a nossa segunda casa. Tensões Urbanas, O Canteiro de Obras e A realização de um Sonhos são as demais alegorias que representam o sonho da moradia própria.

Ao som de gritos e aplausos vindos do público, a Imperadores do Samba trouxe para a pista da Zona Norte um dos mais emblemáticos palcos do Rio Grande do Sul. A vermelho e branco, campeã do Carnaval de 2022, apresentou o enredo “Theatro São Pedro: Sublime Sobre o Tempo”, como forma de homenagear a história dos 165 anos do local.

A atual campeã da Série Ouro do Carnaval de Porto Alegre iniciou seu desfile, às 2h10, já na madrugada de domingo (05). Logo teve a companhia da maior coadjuvante deste carnaval: a chuva. Fortes pancadas se integraram as homenagens ao Theatro São Pedro, tema da escola.

Além da localização o Theatro abriga diversos fantasmas. O primeiro a receber os visitantes é o Maestro Joaquim José Mendanha, que conta sobre a construção do prédio.

Depois, pelas galerias e corredores, outros tantos fantasmas cumprimentam os visitantes. Alguns mais amistosos que outros. Como uma das figuras mais importantes, Dona Eva Sopher se tornou um símbolo de cuidado e de carinho não apenas com o Theatro, mas com todos os artistas que por aqui passaram. E, para o futuro, o Theatro ganhará um complexo Multipalco, para que muitas outras estrelas brilhem.

Fundada em 19 de janeiro de 1959, a vermelho e branco este anos passou pela avenida com 14 alas e três alegorias. A primeira apresenta a arquitetura neoclássica, com as imponentes colunas sendo erguidas pela negritude que construiu o teatro.

A escola do bairro IAPI, fundada em 21 de março de 1980, entrou às 3h25 na pista Carlos Alberto Barcelos, o Roxo, inspirada na esperança e no progresso de uma nação. A nação coreana. Azul, vermelho e branco são as cores da bandeira do futuro que para eles já é o presente, construído com educação de qualidade, modernidade e inovação.

O enredo Na Locomotiva da memória, a Vila canta Jubileu de Diamante, integração Brasil/Coreia do Sul!, apresentado pelo carnavalesco Sérgio Guerra, mostrou um desfile dividido em quatro setores, apresentando quatro alegorias e um tripé.

A penúltima escola a entrar na avenida foi a Estado Maior da Restinga. Fundada em 20 de março de 1977, é a representante de um dos bairros mais populosos da Capital no desfile da Série Ouro do Carnaval.

Iniciando a apresentação às 4h30 de domingo, os Tinguerreiros, como são chamados os integrantes da escola, buscam o campeonato deste ano com o enredo Bendita és Tu, Anastácia, Negra dos Olhos Azuis, negra escrava nascida no Brasil e que se tornou símbolo da luta contra o preconceito racial.

Para cantar e exaltar a negritude, através da vida deste símbolo de força e resistência, e contra toda forma de preconceito e discriminação, o desfile foi dividido em quatro setores: África Bantu: O Brilhão Dourado e as Visões do Ifá, Vidas Cativas, Olhos Livres, Negra, Escrava, Deusa: O Poder do Axé e Bendita és Tu, Anastácia! Bendita Seja Toda Mulher Negra!.

Integraram o desfile concebido pelo carnavalesco Luciano Maia 21 alas e quatro alegorias.

A última escola a desfilar no Complexo Cultural do Porto Seco foi A Realeza, iniciando a sua apresentação às 5h40 de domingo, com a barra do dia surgindo no horizonte para saudar os carnavalescos. Com o tema “A Divina Realeza do Basfond é Uma Dama de Barba Malfeita”, a escola trouxe uma homenagem a Luiz Airton Farias Bastos, a icônica Nega Lu.

O ator e comediante carioca Marcelo Adnet, um dos autores do samba-enredo da Realeza, defendeu a valorização da festa na Capital gaúcha. Adnet participou do desfile e enalteceu o Carnaval da cidade.

Ao evocar a figura emblemática de Nega Lu, a escola evoca também palavras como empoderamento, orgulho e representatividade. O desfile da Realeza lança luz ao significado dessas palavras, fortalecendo a luta contra a homofobia, o protesto contra a intolerância religiosa e a busca pelo respeito e valorização para a classe artística.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Porto Alegre

Unidade móvel de saúde estará em quatro bairros nesta semana em Porto Alegre
Bolsa Família: governo federal prevê excluir até dezembro mais 1 milhão de benefícios irregulares
https://www.osul.com.br/carnaval-de-porto-alegre-empolga-folioes-e-supera-expectativas-em-noites-de-desfiles/ Carnaval de Porto Alegre empolga foliões e supera expectativas em noites de desfiles 2023-03-05
Deixe seu comentário
Pode te interessar