Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 10 de junho de 2021
João Alberto Freitas foi morto por seguranças em novembro do ano passado
Foto: ReproduçãoO Carrefour, o MP (Ministério Público), a Defensoria Pública do Estado, o Ministério Público do Trabalho e outros órgãos não chegaram a um acordo para a assinatura de um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o objetivo de evitar ações judiciais sobre a morte de João Alberto Freitas, ocorrida em novembro do ano passado em uma unidade da rede na Zona Norte de Porto Alegre.
A reunião que discutiu o acordo, no valor de R$ 120 milhões, durou cerca de cinco horas e terminou na madrugada desta quinta-feira (10). Na quarta-feira (09), o Carrefour havia anunciado que estava avançando nas negociações com autoridades e entidades civis. Não há previsão de retomada das tratativas. O dinheiro seria usado em ações contra o racismo e reparações de danos.
No mês passado, Milena Alves, a viúva de Beto, como era conhecido o homem morto por seguranças do Carrefour no bairro Passo D’Areia, aceitou a proposta de indenização de mais de R$ 1 milhão. Ela estava com o marido na noite do crime. Outros familiares da vítima também foram indenizados.
Beto, de 40 anos, foi espancado até a morte por dois seguranças após um desentendimento no caixa do supermercado. O crime aconteceu no estacionamento, após o homem dar um soco em um dos seguranças, conforme mostram imagens de câmeras de vigilância.
O IGP (Instituto-Geral de Perícias) confirmou que a causa da morte de Beto foi asfixia. Segundo a Polícia Civil, houve um exagero nas agressões impostas à vítima. A investigação concluiu que não ocorreu injúria racial, mas que a morte foi motivada por “racismo estrutural”.
Seis pessoas denunciadas pelo MP respondem na Justiça por homicídio triplamente qualificado com dolo eventual. O MP incluiu ainda o racismo como forma da qualificação por motivo torpe. O crime provocou manifestações e atos de vandalismo no supermercado e em outras unidades da rede.