Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2015
Quarta-feira, 4 de novembro, 12h20min. Um casal de brasileiros, procedente dos Estados Unidos, chega ao saguão de desembarque do terminal 2 do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro (RJ). O homem é abordado por um carregador de malas uniformizado – camisa vinho, calça preta e sapato social –, com crachá. Um outro maleiro, como são conhecidos, aproxima-se e, na conversa, o passageiro é convencido a trocar ali mesmo os dólares que sobraram da viagem.
Para fechar o negócio, ele começa a tirar o dinheiro da carteira, mas um dos funcionários que atua ilegalmente como doleiro o encaminha para os fundos de guichê do BRT, a fim de concretizar o câmbio.
Privatizado há um ano e meio, o Tom Jobim ganhou obras de ampliação, mais lojas, melhores elevadores e novas escadas rolantes. Mas a velha prática continua, e é feita sem cerimônia no terminal, onde as polícias Federal, Militar e Civil têm postos fixos. No dicionário Aurélio, por exemplo, uma das definições para maleiro cita reportagem do jornal O Globo de 1999, em uma prova de que a ilegalidade é antiga.
Grupos de sete a nove carregadores se postam, estrategicamente, junto ao desembarque internacional dos dois terminais. Presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Francisco Lemos garante que os novos carregadores nada têm a ver com antigos profissionais, que, segundo ele, foram transferidos para o Aeroporto de Jacarepaguá, quando a administração do Tom Jobim passou para o consórcio RIOgaleão. (Selma Schmidt/AG)