Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2025
Isaac Newton (1642-1727), amplamente reconhecido por suas contribuições revolucionárias à física, matemática, astronomia e teologia, é um dos mais brilhantes cientistas da história. Embora seja mais conhecido por desenvolver a teoria da gravitação universal e as leis do movimento, que formaram a base da física clássica, Newton também dedicou uma parte considerável de sua vida ao estudo da Bíblia e das profecias religiosas.
Ele acreditava que a ciência e a religião não eram disciplinas separadas, mas que ambas buscavam entender a verdade universal, embora com métodos diferentes. De fato, seus estudos sobre teologia e profecias bíblicas ocuparam grande parte de seu tempo, e Newton se via como um “servidor de Deus” que usava a razão para explorar os mistérios do universo.
Entre seus escritos religiosos, destacam-se seus estudos sobre o apocalipse. Em uma carta escrita em 1704, Newton previu que o mundo, tal como o conhecemos, chegaria ao fim em 2060. Essa previsão não se baseava em uma análise científica convencional, mas sim em sua interpretação das escrituras sagradas.
Newton acreditava que, de acordo com as profecias bíblicas, o fim do mundo viria após uma série de eventos catastróficos, incluindo guerras, pragas e o colapso de nações corruptas. Ele usou o Livro de Daniel e outras passagens bíblicas para calcular o momento preciso do apocalipse, estabelecendo a data de 2060 como o marco do fim do mundo.
De acordo com Stephen D. Snobelen, professor da Universidade do King’s College em Halifax, Newton via essas profecias como uma chave para entender não apenas o futuro espiritual da humanidade, mas também o destino do próprio cosmos.
“Para Newton, não havia barreira impermeável entre a religião e o que hoje chamamos de ciência”, afirmou Snobelen. Para ele, a Bíblia não apenas explicava o sentido moral e espiritual da vida humana, mas também fornecia pistas sobre os processos cósmicos, o destino da Terra e o papel de Deus na criação e no fim do mundo.
A visão de Newton sobre o fim do mundo não se limitava à destruição, mas sugeria um reinício. Ele acreditava que, após o colapso da civilização, o mundo seria restaurado, com um novo reinício marcado pela segunda vinda de Cristo.
Segundo Newton, após as calamidades e a queda das “nações perversas”, Jesus Cristo e os santos retornariam para estabelecer um reino de paz de mil anos na Terra. Esta teoria de um “reino de mil anos” é conhecida como o “Milênio”, uma doutrina cristã que imagina uma era de paz e prosperidade, em que a justiça divina se realizaria plenamente.
Newton, que dedicou grande parte de sua vida a estudar a Bíblia e suas interpretações, acreditava que a restauração do Reino de Deus era um evento inevitável e predeterminado. Ele também seguiu a profecia bíblica de que, antes da segunda vinda de Cristo, os judeus retornariam à Terra de Israel e reconstruiriam o Templo de Jerusalém. Essa crença, enraizada nas tradições do Antigo Testamento, tornou-se um tema recorrente nas visões apocalípticas de Newton.
Embora a previsão de Newton sobre o fim do mundo em 2060 tenha sido amplamente ignorada ou desacreditada pelos cientistas e estudiosos modernos, ela reflete a profunda convicção religiosa e o interesse de Newton por tentar decifrar o sentido do universo. O fato de que ele considerava a ciência e a religião como partes de uma única busca pelo conhecimento é um aspecto fascinante de seu legado intelectual.
Ao escrever a carta sobre o juízo final, Newton queria evitar que as especulações infundadas e as previsões apressadas de outros “homens fantasiosos” desacreditassem a importância das profecias sagradas. Sua mensagem era clara: a sabedoria divina, para ele, deveria ser interpretada com cuidado, sem pressa ou exageros.