Terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2015
Uma carta mostra que o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, recebeu um pedido de repasse de 10 milhões de dólares (32 milhões de reais) que as autoridades norte-americanas alegam ser propina de esquema de corrupção no futebol. Segundo documento divulgado pelo canal sul-africano SABC, Valcke recebeu uma solicitação por escrito no dia 4 de março de 2008 do ex-presidente da Associação de Futebol Sul-Africana Molef Oliphant, pedindo a transferência desse montante para Jack Warner, então presidente da Concacaf (Confederação de Futebol das Américas do Norte e Central).
As autoridades norte-americanas apontam que essa quantia foi usada para comprar votos a favor da candidatura da África do Sul à Copa de 2010. A carta afirma que os 10 milhões de dólares devem ser “administrados e implementados” por Jack Warner, acusado de ligação com o esquema que levou sete cartolas da Fifa à prisão na semana passada, entre eles o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marin. O documento mostra que Valcke tinha, pelo menos, ciência dos valores.
A Fifa, no entanto, destacou que o documento não contradiz sua versão sobre o episódio. Diz que Valcke, como secretário-geral, recebe “todas as cartas e solicitações” da Fifa. Segundo a entidade, a liberação do dinheiro coube a Julio Grondona, então presidente do comitê de finanças da Fifa e que morreu no ano passado. A Fifa reafirmou que Valcke nem outro membro do comando da entidade estavam envolvidos no caso.
A Fifa argumentou que, em 2007, o governo sul-africano elaborou um projeto de 10 milhões de dólares para apoiar a diáspora africana nos países do Caribe, como parte do legado da Copa de 2010, sediada na África do Sul. (Folhapress)