Quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2024
Com o objetivo de consolidar o Rio Grande do Sul como referência no setor de microeletrônica no Brasil, a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) lançou a primeira edição da cartilha “Semicondutores RS”. O material detalha estratégias, investimentos e ações do programa estadual voltado ao segmento, que deve receber R$ 70 milhões do governo gaúcho até 2026.
O material está disponível para download gratuito no site sict.rs.gov.br. Voltado a investidores e pesquisadores, seu conteúdo é centrado em aspectos que tornam o Estado atrativo para a atividade, incluindo incentivos fiscais, mão-de-obra qualificada e cenário de inovação definido como “robusto”.
Além disso, detalha iniciativas específicas como o programa “Inova Semicondutores”, que já está formando profissionais especializados, e o “Techfuturo”, que estimula a integração entre empresas, startups e universidades.
Outro tópico de destaque é a retomada de atividades do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), único fabricante de microchips do Brasil. Também apresenta dados sobre o aporte de R$ 105 milhões na HT Micron, que expande a produção de chips de memória no Estado.
A titular da pasta, Simone Stülp, destaca a importância da estratégica. “Essa cartilha é mais do que um documento. É um compromisso do nosso Estado com o desenvolvimento tecnológico, a competitividade das nossas empresas e a formação de talentos. O Rio Grande do Sul, por meio do governador Eduardo Leite, está trabalhando para ser o principal polo de semicondutores do país”, afirmou.
“São avanços que reforçam o compromisso de liderar o segmento no País e atrair multinacionais”, ressalta. “Estamos construindo um legado que une tradição e modernidade. Nosso objetivo é conectar todos os elos da cadeia produtiva e garantir que o Rio Grande do Sul seja protagonista em uma das indústrias mais estratégicas do século 21.”
Os semicondutores são materiais utilizados para a condução de correntes elétricas. Costumam ser utilizados na produção de chips que integram os mais diversos equipamentos e veículos eletrônicos, tais como automóveis, smartphones, televisores, videogames e computadores.
Contexto
De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o setor eletroeletrônico no Rio Grande do Sul faturou R$ 12,5 bilhões em 2022. São quase 250 empresas, distribuídas em dez segmentos, status que posiciona o setor como um dos maiores parques industriais do Brasil.
Fundado em Porto Alegre em 2008, o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) é uma empresa estatal e a única fabricante de microchips do País, além de pioneira na América Latina no desenvolvimento e fabricação de semicondutores.
Com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ceitec tem como objetivo impulsionar a indústria de microeletrônica nacional. A empresa é um marco na história tecnológica do Brasil, representando um avanço significativo para o país na indústria global de semicondutores.
O Ceitec teve seu processo de extinção (durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro, em 2019-2022) revertido pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva e iniciou sua retomada em 2023. Agora, planeja fabricar dispositivos para transição energética, como painéis fotovoltaicos, veículos elétricos e híbridos.
(Marcello Campos)
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