Sábado, 25 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2020
O único teste utilizado nos estágios iniciais da pandemia foi o desenvolvido pelos CDC
Foto: ReproduçãoUm alto funcionário da Casa Branca criticou duramente neste domingo (17) os CDC (Centros de Prevenção e Controle de Doenças), aos quais culpou pelos atrasos iniciais dos Estados Unidos na detecção da Covid-19.
“No começo da crise, os CDC, que desfrutavam da maior reputação nesta área em nível mundial, realmente decepcionaram o país nas testagens”, declarou o assessor econômico da Casa Branca Peter Navarro. “Além disso, conceberam um teste ruim. E isso nos fez ficar para trás”, acrescentou.
O único teste utilizado nos estágios iniciais da pandemia foi o desenvolvido pelos CDC, segundo uma tecnologia validada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e adotada em todo o planeta. Mas devido a problemas com os reagentes, os primeiros kits distribuídos nos Estados Unidos apresentaram resultados inconclusivos, nem positivos, nem negativos.
O secretário de Saúde e Serviços Humanos, Alex Azar, saiu em defesa dos CDC, destacando que nunca se supôs que a agência fosse “a coluna vertebral dos testes em massa nos Estados Unidos”.
“Não acho que os CDC tenham decepcionado o país. Acredito que os CDC desempenham um papel importante na saúde pública. E o que sempre foi crítico foi incorporar o setor privado”, acrescentou o secretário.
Os laboratórios públicos dos diversos estados e agentes privados estavam autorizados inicialmente a distribuir seus próprios testes e não puderam agir até 29 de fevereiro, após o anúncio da primeira morte por coronavírus nos Estados Unidos, que hoje soma quase 90.000 falecimentos. Desde então, o país aumentou enormemente sua capacidade de detecção e mais de 12 milhões de americanos foram testados.
O presidente Donald Trump não deixa de destacar os avanços neste campo, mas a cifra representa apenas 4% da população nacional, o que coloca a primeira potência mundial em 39º lugar, atrás de Itália, Espanha e Rússia.
Os críticos de Trump temem que a capacidade de detecção seja insuficiente para evitar uma segunda onda de contágios, em um momento em que muitos estados dão os primeiros passos no desconfinamento.