A Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) e o Instituto Estadual de Cinema (Iecine), instituições da Secretaria da Cultura (Sedac), realizam uma atividade especial em comemoração à fundação do Estado de Israel, ocorrida em 14 de maio de 1948. A programação 3x Scliar destaca o legado de uma família judaica na cultura do Rio Grande do Sul e do Brasil, por meio da obra do artista plástico Carlos Scliar, do fotógrafo Salomão Scliar e do escritor Moacyr Scliar.
As atividades ocorrem nos dias 13, 14 e 15, sempre às 18h, pelo perfil da CCMQ no Facebook. A secretária da Cultura, Beatriz Araujo, e o vice-cônsul de Israel em São Paulo, Aviel Avraham, participam da abertura da programação.
Ocorrerão três aulas abertas, com especialistas nas obras dos artistas homenageados. No dia 13, o pesquisador Glênio Póvoas discorre sobre Salomão. Dia 14, a historiadora da arte Paula Ramos apresenta a trajetória de Carlos. No dia 15, a escritora Cíntia Moscovich palestra sobre a obra de Moacyr.
O diretor do Iecine, Zeca Brito, observa que, nas artes visuais, no cinema e na literatura, três jovens da mesma família trilharam caminhos diferentes, do realismo ao universo fantástico, mantendo em comum a constante visão crítica sobre a sociedade e sobre as desigualdades no campo (Carlos), no litoral (Salomão) ou nas periferias de grandes cidades (Moacyr).
“A família Scliar pontuou a visão humanizada e o sentido social na produção artística sulista. Com 3x Scliar, buscamos valorizar a contribuição cultural que esses artistas de origem judaica deram ao Rio Grande do Sul e ao Brasil”, salienta Brito.
A secretária da Cultura assinala a dimensão da contribuição de artistas e intelectuais de ascendência judaica à cultura brasileira e, em especial, ao Rio Grande do Sul. “Numa data de tal significado para o povo judeu, nossa homenagem se traduz em exaltar o legado de expoentes como os Scliar nas artes visuais, na fotografia, no cinema e na literatura”, resume Beatriz Araujo.
Os Scliar
O jovem artista plástico Carlos Scliar (1920-2001), durante a Segunda Guerra Mundial, alistou-se na Força Expedicionária Brasileira para combater o nazismo. No front, desempenhou papel fundamental como projetista de bombas, mas também retratou com sensibilidade, por meio de desenhos que ficaram para a história, seus dias em Monte Castelo.
Seu irmão, o fotógrafo Salomão Scliar (1925-1991), embebido pelo ambiente de revolução artística, inaugurou o realismo estético na cinematografia do Rio Grande do Sul com o longa-metragem Vento norte.
Moacyr Scliar (1937-2011), o primo escritor, fez da literatura sua arma de denúncia social e de maneira crítica pontuou diferentes momentos da história por meio de suas histórias e personagens. O movimento da Legalidade, a ditadura militar e o ambiente judaico em Porto Alegre foram temas tratados em sua escrita.