O setor do entretenimento foi um dos mais impactados com a pandemia do Covid-19. Casas de shows e festas, cinemas, teatros e outros estabelecimentos são considerados de muito alto risco para o contágio pelo Coronavírus. Além das restrições impostas pelos governos, a população também tem medo de retornar a frequentar estes lugares, sem que rigorosos protocolos de biossegurança sejam estabelecidos. Por outro lado, a diversão é necessária como forma de descompressão nestes tempos difíceis. E todos estes estabelecimentos movimentam a economia, gerando emprego e renda.
Para buscar alternativas para uma reabertura segura, o Fever Club, localizado no bairro Moinhos de Vento, desenvolveu um estudo em parceria com a Bioseta Inteligência Ambiental, empresa que atua há mais de 30 anos na prestação de serviços relacionados à segurança sanitária, com atendimento especializado para o público corporativo e industrial, e que desenvolveu vários projetos durante esse período de pandemia, em indústrias alimentícias, hospitais e outros serviços essenciais.
No desenvolvimento do estudo para o Fever Club, a Bioseta cruzou protocolos de vários segmentos e analisou normas técnicas e características de uso do local. “O corpo técnico do projeto desenvolvido para a Fever contou com a participação de uma engenheira química e um técnico da mesma área, uma bióloga, uma técnica em segurança do trabalho, um profissional da área da saúde e uma engenheira de produção, contemplando todos os cenários de utilização possíveis dos espaços, layouts de acesso e fluxo de pessoas”, explica o diretor executivo da Bioseta, Bruno Osório.
Ao final do projeto, foi apresentado um conjunto de 62 protocolos para uma retomada segura das atividades da casa noturna. O estudo também serve de parâmetro para outros empreendimentos, não apenas do setor de entretenimento. “Nosso objetivo foi buscar uma base científica segura para antecipar uma possível reabertura”, afirma Edson Dutra, proprietário do Fever Club, que investiu R$ 50 mil no projeto.
Diretrizes rígidas para minimizar riscos
Além das medidas de distanciamento e uso de álcool gel e máscaras já indicados pelos órgãos sanitários, o estudo recomendou uma série de adaptações para o funcionamento da casa, como a adoção de um sistema de desinfecção ativa para garantia da qualidade do ar interior dos ambientes, combatendo qualquer inóculo infectante, inclusive por via de aerossóis. A tecnologia fornecida pela Bioseta, tem ação no ar e nas superfícies dos ambientes, com o intuito de combater bactérias, fungos e vírus, e não apresenta riscos à saúde humana.
Todas essas mudanças já foram implantadas pelo Fever Club, que também adotou tecnologia UVGI (radiação germicida ultravioleta), para a desinfecção de todo o seu sistema de ar condicionado.
Outros pontos sinalizados no estudo envolvem uso de cardápios eletrônicos e pagamento em sistema pré-pago, controle de acesso a banheiros, bem como a testagem dos colaboradores.
Para garantir a diversão com segurança, a casa foi totalmente setorizada, tanto na pista quanto nos camarotes, com demarcação de distanciamento seguro na pista de 4m² por pessoa ou pequenos grupos de até 4 amigos.
O estudo também inclui um plano de emergência para o enfrentamento de casos suspeitos entre colaboradores e clientes. A reciclagem de todos os resíduos também está contemplada no estudo, evitando que máscaras, copos e outros descartáveis sejam destinados de forma inadequada.
Com a implantação destas diretrizes mais rígidas propostas no estudo, a classificação do Fever Club passa a ser de baixo risco em relação à propagação da Covid-19. Com esta nova proposta de funcionamento, a casa noturna aplica seis vezes mais protocolos do que os restaurantes, considerados ambientes de alto risco.
“Queremos que as autoridades se sensibilizem para o esforço e o investimento que está sendo feito no setor de entretenimento para combater a propagação do vírus”, finaliza o empresário Edson Dutra. O estudo encomendado pela empresa já foi entregue a representantes Municipal, Estadual e Federal.
O empresário Edson Dutra defende desde 2013, por ocasião da tragédia da boate Kiss, o desenvolvimento de projetos para a maior segurança em seus estabelecimentos que serviram de referência para vários estudos acadêmicos.