Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de dezembro de 2015
Um casal foi preso suspeito de abusos e maus-tratos contra a filha de 8 anos, em Apucarana, no Paraná. Segundo informações da Polícia Civil, a vítima foi obrigada pela mãe a ingerir diversos objetos – como agulhas e esponjas de lavar louça – por causa de um suposto ritual de magia negra. A menina chegou a ser internada no último mês de agosto, quando as investigações do caso começaram. Posteriormente, os agentes também descobriram que a garota já havia sido abusada pelo pai.
Violência contínua.
“Foi confirmado que, através de alimentos, foram introduzidos dentro da menina agulhas, fios de cabelo, bucha de lavar louça e outros objetos. Na época, a mãe confessou que tinha feito isso. A mulher teria dado esses produtos para a filha porque ficou sabendo que o marido tinha sido vítima de um ‘trabalho’ [magia] e usou a menina para fazer uma espécie de ‘contratrabalho'”, explicou José Aparecido Jacovós, o delegado que investiga o caso.
Ainda de acordo com Jacovós, na época, a menina ficou internada e precisou ser submetida a uma cirurgia para tirar os objetos de seu sistema digestivo. O caso chamou a atenção do Conselho Tutelar que acionou a polícia para uma investigação. A guarda da menina, então, foi retirada do casal. Após a internação, ela foi enviada para um abrigo, onde permanece até hoje.
Abuso e prisão.
No decorrer das investigações, a menina relatou que também sofria abusos por parte do pai, que passava as mãos nas partes íntimas dela. Segundo Jacavós, os pais, mesmo longe da menina, ainda tentaram fazer com que ela voltasse atrás e desmentisse os abusos. Eles gravavam áudios coagindo a garota em um celular e davam o aparelho para a filha mais velha, que tinha a missão de levá-lo para a irmã. Alguns dos áudios chegaram à garota, mas a polícia descobriu a manobra e anexou as sonoras ao inquérito. “Eles tentaram interferir no que já estava sendo investigado. Assim, acabaram presos”, disse o delegado. A vítima, segundo a polícia, passa bem e está sendo acompanhada por profissionais. (AG)