Ícone do site Jornal O Sul

Caso de “vaca louca” é “atípico”; China deve voltar a comprar carne do Brasil

Laudo de exame feito no Canadá confirmou que o caso de "vaca louca" no Pará é atípico. (Foto: Reprodução)

O Ministério da Agricultura informou que o caso isolado de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), o mal da “vaca louca”, registrado no Pará em fevereiro foi confirmado como “atípico”. Isso significa que a doença detectada em um animal de nove anos no município de Marabá surgiu de forma espontânea no organismo do animal, sem risco de disseminação no rebanho nem ao ser humano.

O caso foi descoberto ado em 22 de fevereiro, quando o ministério notificou a OMSA sobre a confirmação da doença. Na ocasião, as exportações de carne bovina brasileira para a China foram imediatamente suspensas pelo Ministério da Agricultura de forma voluntária, como prevê o protocolo estabelecido entre os países.

Pelos exames que já haviam sido realizados, o touro doente apresentava degeneração cerebral, por ser um animal mais velho, e desenvolveu a doença. O animal fazia parte de um rebanho de 60, que foram isolados na pequena propriedade paraense.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já comunicou o resultado da amostra ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo nota do ministério. A inserção das informações no sistema para a comunicação oficial à OMSA e às autoridades chinesas também já foi iniciada.

De acordo com o ministério, assim que concluído o processo, será marcada uma reunião virtual entre o governo brasileiro e as autoridades chinesas para tratar do levantamento da suspensão das exportações da proteína bovina brasileira ao país asiático.

“Por se tratar de caso atípico, ou seja, ocorrido por causas naturais em um único animal de 9 anos de idade e com todas as providências sanitárias adotadas prontamente, o Ministério da Agricultura e Pecuária está adotando imediatamente as providências, de acordo com os protocolos sanitários, para que as exportações da carne bovina brasileira sejam restabelecidas o mais breve possível”, diz o comunicado do ministério.

O governo já havia informado sobre não haver perigo para a saúde da ingestão de carne bovina brasileira pelos consumidores e que a suspensão da venda aos chineses ocorreu em função de um protocolo assinado entre os países em 2015.

Visita técnica

A China sinalizou ao governo brasileiro nesta semana que pode dispensar o envio de uma delegação técnica do Brasil ao país asiático para reabrir as exportações de carne bovina brasileira com o caso sendo confirmado como atípico. As autoridades sanitárias chinesas afirmaram ao governo brasileiro que têm interesse na rápida retomada dos embarques.

A expectativa do governo é de reabrir o mercado antes da viagem de Lula à China, prevista para o dia 27.

O país asiático é o principal destino das exportações da carne bovina brasileira, representando mais da metade dos embarques. Segundo dados consolidados de janeiro, a China respondeu por 57% das exportações do produto nacional naquele mês, com a movimentação de US$ 485 milhões. O segundo maior consumidor são os Estados Unidos, com 9,4% das exportações e movimentação de US$ 79 milhões em janeiro, conforme dados oficiais da balança comercial brasileira.

Além da China, Tailândia, Irã e Jordânia também suspenderam temporariamente as importações da proteína brasileira. A Rússia embargou as compras de carne bovina exportadas pelo Estado do Pará.

No Estado, há apenas uma planta frigorífica habilitada no Serviço de Inspeção Federal (SIF) para exportar para a Rússia, segundo o ministério.

Sair da versão mobile