Segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de novembro de 2024
O colegiado analisa, no plenário virtual, um recurso da defesa de Brazão que pede que ele seja liberado.
Foto: Bruno Spada/Câmara dos DeputadosA Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou maioria de votos para manter a prisão preventiva de Domingos Brazão, um dos acusados de ordenar o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista da parlamentar, Anderson Gomes.
O colegiado analisa, no plenário virtual, um recurso da defesa de Brazão que pede que ele seja liberado com a aplicação de medidas cautelares. Prevalece o voto do relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, favorável a manter a prisão.
A deliberação vai até esta segunda-feira (18), se não houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (leva o caso para plenário físico). Alexandre de Moraes é o relator da ação penal que tem como alvos Domingos Brazão, seu irmão Chiquinho, o delegado Rivaldo Barbosa, o ex-policial Ronald Paulo de Alves Pereira e o ex-assessor Robson Calixto Fonseca.
No fim de setembro, em decisão individual, o ministro manteve a prisão preventiva de Rivaldo e dos irmãos Brazão. A defesa de Domingos Brazão recorreu. Pediu que o ministro mudasse a determinação ou levasse o caso a julgamento da Primeira Turma. Os advogados de Domingos Brazão consideram que já não estão mais presentes os requisitos para a prisão preventiva.
Sustentaram que, com o andamento do processo – que encerrou a fase de instrução penal – a prisão se mostra desnecessária (entenda abaixo os próximos passos do caso). Pediram, então, a substituição da prisão por medidas cautelares.
Moraes manteve o entendimento de que a prisão preventiva ainda é necessária. O ministro reafirmou os argumentos apresentados na decisão individual – como a necessidade de resguardar a aplicação da lei penal e a ordem pública.
“As razões apresentadas revelam que a prisão preventiva do agravante está lastreada em fundamentação jurídica idônea, chancelada pela jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL”, declarou o ministro.
“Em conclusão, não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo regimental não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados”, concluiu. Acompanham o entendimento do relator os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin.
O processo penal contra os acusados de mandar matar Marielle e Anderson se aproxima da conclusão na Corte. A chamada fase de instrução processual já foi encerrada, ou seja, já foram colhidos depoimentos de testemunhas e dos réus. Também foram recolhidas provas.
Agora, as partes do processo apresentam pedidos de providências complementares. Na sequência, devem apresentar as alegações finais, um resumo de suas conclusões sobre o caso. A partir daí, o tema estará pronto para julgamento final. Será neste momento que o Supremo vai avaliar o caso e definir se o grupo deve ser absolvido ou condenado.