Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de fevereiro de 2024
O Chile enfrenta uma catástrofe por incêndios em vegetação fora de controle que ocorrem sob uma forte onda de calor e são alimentados pelo vento que sopra forte. A situação era dramática nas áreas de Viña del Mar e Valparaíso com o fogo que avançava sobre áreas residenciais, industriais e comerciais. As chamas já deixam corpos nas ruas e casas destruídas.
Em pronunciamento à nação no começo da noite de sábado (3), o presidente do Chile, Gabriel Boric, confirmou que 64 pessoas morreram devido aos incêndios florestais que devastam áreas povoadas de Viña del Mar e da região turística de Valparaíso, no centro do país.
“Sabemos que esse número vai aumentar, vai aumentar significativamente. Estamos enfrentando uma tragédia de grande magnitude”, afirmou.
No domingo, o número de mortos havia subido para 99, conforme o Serviço Médico Legal (SML), órgão estatal encarregado de divulgar o número de vítimas durante a crise.
A maior parte do fogo estava se espalhando na região costeira de Valparaíso, onde vivem quase um milhão de pessoas, e onde ficam a sede do Congresso e um dos principais portos do país.
“Estamos juntos, todos nós, combatendo a emergência. A prioridade é salvar vidas”, disse Boric em uma mensagem à nação, acrescentando que havia decidido manter o toque de recolher e reforçar a presença militar nas áreas mais afetadas.
O presidente chileno disse que havia decretado um período de luto nacional de dois dias a partir desta segunda-feira “porque todo o Chile está sofrendo e chorando nossos mortos”.
Além de Valparaíso, o fogo estava ativo nas regiões centrais de O’Higgins, Maule e Ñuble e na região sul de La Araucanía.
Tragédia
As autoridades disseram que a tragédia é a pior desde o forte terremoto de 2010, que deixou 500 mortos. Bombeiros, soldados e brigadistas lutam para apagar vários incêndios no centro e no sul do país.
O incêndio também forçou o fechamento da refinaria Aconcágua, a segunda maior do país, localizada a cerca de 15 quilômetros ao norte da cidade costeira de Viña del Mar, que foi fortemente afetada pelos incêndios.
As áreas mais afetadas ficam perto das praias do Pacífico, 80 e 120 km a Noroeste de Santiago, onde operam empresas vinícolas, agrícolas e madeireiras. A região recebe nesta época do ano um grande número de turistas. Os fortes ventos levam as chamas para fábricas e estabelecimentos comerciais. A fumaça preta cobre o céu ao longo de várias ruas em meio a explosões que se sucedem, para desamparo dos bombeiros.
Blocos inteiros de casas foram queimados durante a noite, informou a AFP. Milhares de pessoas que haviam sido deslocadas voltaram e encontraram suas casas destruídas. Alguns dos mortos foram vistos deitados na estrada, cobertos por lençóis.
A área, cerca de uma hora e meia a noroeste da capital Santiago, é um destino turístico popular durante os meses de verão. A região costeira também é importante para os setores vinícola, agrícola e madeireiro do país. Nas cidades de Estrella e Navidad, a sudoeste da capital, os incêndios queimaram cerca de 30 casas e forçaram deslocamentos perto do resort de surfe de Pichilemu.