A Conmebol assinou, junto a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e as demais confederações do futebol sul-americano, um documento que comprova a luta da entidade contra o racismo, discriminação e violência no esporte. Nos últimos dias, a organização esteve envolvido em diversas polêmicas que foram mal vistas pelo Brasil, o que aumentou a pressão por um posicionamento público.
Através de nota, a reunião divulgou uma reunião no dia 27 de março, com o intuito de debater o assunto. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, também assinou o compromisso. O presidente já havia se posicionado e chegou a boicotar o sorteio da Libertadores ao nãos se fazer presente na cerimônia.
Confira a nota
“Na CONMEBOL estamos comprometidos com a luta contra o racismo, a discriminação e qualquer ato de violência, dentro e fora dos estádios de futebol.
Estamos perante um problema social mundial que se manifesta através de diversas formas e costumes que afetam muitas sociedades de uma forma particular.
A atuação da CONMEBOL está em linha com as medidas mais rigorosas implementadas nas mais importantes Ligas, Confederações e FIFA.
Como parte da nossa política de combate a esse flagelo, além do que já foi exposto trabalhamos em conjunto com o Observatório de Discriminação Racial no Futebol e o Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH).
No último dia 17 de março, nosso Presidente, Sr. Alejandro Domínguez, por ocasião do sorteio da CONMEBOL Libertadores e da CONMEBOL Sul-Americana, comprometeu-se publicamente a convocar as autoridades governamentais e as Associações Membro, a fim de dialogar sobre critérios para enfrentar e perseguir este flagelo.
Consequentemente, no dia 27 de março, a convite da CONMEBOL, os Embaixadores dos dez países sul-americanos que compõem a Confederação e os representantes das Associações Membros se reunirão para debater a luta contra o racismo, a discriminação e a violência. Os resultados desta reunião serão apresentados na reunião do Conselho agendada para 7 de abril.
As Associações Membro que compõem o Conselho Diretivo da CONMEBOL, subscrevem através deste comunicado um chamado à reflexão para estabelecer um clima sem violência, sem discriminação e sem racismo e assim evitar qualquer tipo de manifestação que provoque aumento do confronto entre torcedores e divisão entre os sul-americanos.”
As situações de racismo em jogos sul-americanos não são uma novidade, e as reclamações do lado verde e amarelo, tampouco. O estopim para a batalha recente aconteceu quando Luighi, do Palmeiras, foi ofendido por torcedores do Cerro Porteño-PAR em partida da Libertadores Sub-20.
Após reclamações de Ednaldo e de Leila Pereira, presidente do Verdão, o mandatário principal da Conmebol, Alejandro Domínguez, se posicionou momentos depois da cerimônia do sorteio da fase de grupos da Libertadores. Entretanto, ao responder, ironizou como seria o torneio sem a presença de equipes do Brasil:
“Isso seria como o Tarzan sem a Chita, impossível! (risos)”
Na tarde de quinta-feira, após duras críticas à aspa, a Conmebol divulgou, nesta quinta-feira (20), uma nota afirmando que organizará uma reunião em Luque, no Paraguai, com representantes de governos e Associações Membros, incluindo Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, para discutir a incidência de injúrias raciais dentro do futebol.