Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2024
Em reunião com deputados estaduais da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, executivos da concessionária CEEE Equatorial prestaram informações sobre o atendimento aos clientes após o temporal de 16 de janeiro. O encontro foi coordenado pelo presidente do colegiado, Thiago Duarte (União Brasil).
A pauta incluiu um relatório detalhado de como se deu o restabelecimento da energia elétrica após os danos causados pelo evento climático. O vice-presidente do colegiado, Cláudio Tatsch (PL), requisitou que a empresa informe o número de pedidos de ressarcimentos de danos elétricos – e quantos foram atendidos, bem como os motivos pelos quais não foram contempladas as demais solicitações.
Antes mesmo da apresentação da CEEE Equatorial, os parlamentares presentes fizeram vários questionamentos aos representantes da empresa e cobraram mais resolubilidade no atendimento aos consumidores atingidos em janeiro. Conforme Hofer, 651 mil clientes ficaram sem energia elétrica nos municípios de Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Guaíba e Eldorado do Sul e 70% deles tiveram a energia restabelecida em 24 horas.
Além de cobrar o cronograma dos mutirões no interior que haviam sido estabelecidos a partir de audiências realizadas no ano passado, Thiago Duarte informou que vários pedidos de audiência pública sobre o evento climático de janeiro já haviam sido protocolados na comissão.
“O nosso foco é na melhoria da condição dos serviços prestados”, defendeu. Ele ainda pediu que a Equatorial flexibilize a ferramenta para os consumidores solicitarem o ressarcimento das perdas, tenha canais locais para contato com a empresa e avaliou que número de equipes é insuficiente para atender a demanda.
Tatsch, por sua vez, avaliou que é necessário realizar audiências públicas nas comunidades para a empresa dar explicações aos consumidores, mas que espera que os problemas da população sejam sanados. “Temos que ser resolutivos”, afirmou.
Participando de forma on-line, Edivilson Brum (MDB) defendeu a instalação de uma comissão especial para tratar das concessionárias de energia elétrica. Na avaliação do parlamentar, os eventos climáticos extremos serão cada vez mais frequentes, o que demanda a readequação do plano de contingência da empresa.
Além de sugerir a vinda do presidente da Equatorial à comissão, Rodrigo Zucco (Republicanos) lembrou que há na AL-RS propostas de comissão especial e de comissão parlamentar de inquérito (CPI), que seria o último mecanismo possível: “Não precisamos chegar nesse ponto. Precisamos de mais transparência da CEEE Equatorial”.
Uma nova conversa está marcada para o dia 21, quando a empresa devem apresentar aos parlamentares um plano de contingência para situações desse tipo. Também foi acertado o comparecimento do presidente da consessionária, Riberto Barbarena, para esclarecer as dúvidas da Comissão, em data a ser definida.
Os parlamentares ainda requisitaram o novo cronograma dos mutirões a serem realizados nas cidades de Bagé, Dom Pedrito e Lavras do Sul. A programação foi alterada para atendimento a demandas do temporal em Porto Alegre e Região Metropolitana.
Concessionária
O assessor de Relações Institucionais da CEEE Equatorial, Júlio Hofer, disse que as datas dos mutirões foram impactadas pelo temporal de janeiro, que obrigou a concessionária a concentrar todos os esforços para restabelecer a energia dos clientes atingidos.
Hofer informou que mais de 700 equipes estiveram em campo com 2,5 mil profissionais e o reforço de 200 profissionais dos Estados de Alagoas, Maranhão, Piauí, Goiás, Amapá e Pará. Foram mais de 155 horas de trabalho ininterrupto e 57% das ocorrências atendidas referem-se a árvores na rede.
Por fim, falou dos investimentos da Equatorial, que chegaram a R$ 1,7 bilhão de 2021 a 2023. Até 2021, a então estatal aportava em torno de R$ 80 milhões ao ano em melhoria de rede, investimento e manutenção. No ano passado, conforme Hofer, o valor foi de R$ 740 milhões e deve ser maior em 2024.
Dentre outras ações, ele elencou a construção, reforma ou ampliação de 28 subestações; instalação de 2,4 mil quilômetros de redes novas; aumento de 62% da força de trabalho (3.958 funcionários em 2021 e 6.423 em 2023), sendo que 80% da força de trabalho é voltada para atuação no sistema elétrico; realização de mais de 600 mil horas de treinamento e capacitação; e regionalização do atendimento.
(Marcello Campos)
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