Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de outubro de 2024
Ainda não está claro se os hackers conseguiram, por exemplo, obter acesso a mensagens de texto
Foto: ReproduçãoHackers chineses que teriam invadido o sistema da empresa de telecomunicações dos Estados Unidos Verizon tinham como alvo dados dos telefones usados pelo ex-presidente Donald Trump e seu companheiro de chapa, o senador J.D. Vance, segundo o jornal americano “The New York Times”.
Em reportagem publicada nesta sexta-feira (25), o jornal informou que investigadores estão trabalhando para determinar que dados – se houve efetivamente uma violação – foram obtidos. As fontes falaram ao “Times” sob condição de anonimato.
De acordo com autoridades, a equipe de campanha da chapa republicana à Casa Branca foi informada esta semana que o candidato presidencial e seu companheiro de chapa estavam entre várias pessoas, dentro e fora do governo, cujos números de telefone foram alvos da infiltração nos sistemas telefônicos da Verizon.
Pouco depois, o jornal “Wall Street Journal”, disse que pessoas afiliadas à campanha presidencial da vice-presidente Kamala Harris também podem ter sido alvos dos ataques hackers. No entanto, ainda não está claro se os hackers conseguiram, por exemplo, obter acesso a mensagens de texto, especialmente àquelas enviadas por canais não criptografados.
Um porta-voz da campanha republicana não confirmou ou negou que os telefones usados por Trump e Vance foram alvos, mas criticou a Casa Branca e a vice-presidente Kamala Harris, e procurou culpá-los pelo incidente em uma declaração.
O FBI e a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos EUA informaram, em declaração conjunta nesta sexta, que estão investigando o acesso “não autorizado” à infraestrutura de telecomunicações comerciais por pessoas associadas à China.
A Verizon disse estar ciente de uma tentativa sofisticada de supostamente atingir empresas de telecomunicações dos EUA e coletar informações e que está trabalhando com as autoridades policiais.
Um porta-voz da Embaixada Chinesa em Washington negou ao “Wall Street Journal” que o governo chinês seja responsável pelas supostas violações.
No início deste ano, autoridades de segurança descobriram a presença de um grupo de hackers afiliado à China, chamado Salt Typhoon, em sistemas de telecomunicações americanos, mas os investigadores determinaram apenas recentemente que os hackers estavam mirando números de telefone específicos.
De acordo pessoas familiarizadas com a investigação, a infiltração dos hackers se estende além da campanha política de 2024, com diversas pessoas supostamente sendo alvos, e a apuração sobre a extensão do hacking e qualquer dano à segurança nacional está em seus estágios iniciais.
Reta final
A menos de duas semanas da eleição nos Estados Unidos, Kamala Harris e Donald Trump estão em uma “situação rara de empate”: ambos aparecem com 48% de intenção de voto cada, segundo pesquisa de intenção de voto do jornal “The New York Times” e do Siena College divulgada nesta sexta-feira. A votação ocorrerá em 5 de novembro.
O resultado “é uma evidência de um eleitorado que está tanto polarizado quanto paralisado”, segundo o The New York Times. “O eleitorado raramente pareceu tão igualmente dividido”. Também nesta sexta, uma pesquisa da Reuters/Ipsos mostrou que Trump e Kamala abocanharam dois eleitorados tradicionais dos partidos alheios: o republicano cresceu entre os homens latinos, enquanto a democrata, entre mulheres brancas.
Nas últimas semanas, Trump e Kamala têm intensificado os eventos eleitorais nos estados-chave: Trump distribuiu lanches em um McDonald’s da Pensilvânia no último final de semana, enquanto Kamala “colou” em artistas para animar eleitores – teve até o ex-presidente Barack Obama, que tem a acompanhado em eventos, cantando música do Eminem em comício em Detroit, no Michigan.
Nos últimos dias, Kamala mudou sua retórica de campanha e passou a fazer ataques mais intensos contra Trump, chamando-o de fascista. Trump, por sua vez, recebeu nova acusação de assédio sexual por uma modelo.