Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de abril de 2022
Desde que o Pix, ferramenta de pagamento instantâneo do Banco Central, se popularizou no País, os roubos e furtos de celular passaram a ser seguidos de uma “corrida contra o tempo” para que as vítimas bloqueiem os aplicativos de banco o quanto antes. Caso não consigam, quadrilhas têm se especializado em destravar o aparelho e invadir contas bancárias, multiplicando o prejuízo de quem já não tem mais o celular em mãos.
As quadrilhas têm lucrado tanto com transferências por Pix que o crime atraiu a atenção do Primeiro Comando da Capital (PCC), conforme investigação da Polícia Civil de São Paulo. De acordo com Anderson Honorato, delegado assistente da 2ª Delegacia do Patrimônio, o Pix se tornou o “negócio da moda”, o que tem feito policiais investigarem grupos especializados no crime. Enquanto parte deles não são desmantelados, listamos aqui dicas para evitar roubos com transferência pelo Pix.
1) Quando e como notificar o banco quanto ao crime?
Uma vez que o celular é roubado, o recomendado é que as vítimas acionem o banco imediatamente para solicitar o bloqueio do aplicativo e das transferências. Isso pode ser feito por telefones listados na internet ou por outros canais oferecidos em sites das instituições financeiras, como chats para atendimento. A depender do caso, o banco pode acabar retendo a transferência antes que o dinheiro vá para conta de laranjas.
Outro passo complementar é, em caso de roubo ou furto de aparelho celular, trocar as senhas de todos os aplicativos que possam ter informações sensíveis, como e-mail, e notificar a operadora de telefonia. Quando o pedido é validado junto à operadora, é efetuado o bloqueio da linha, evitando que criminosos acessem as informações do chip e que entrem em contato com outras pessoas por meio do celular para aplicar mais golpes. Recentemente, ganhou força, por exemplo, o golpe que criminosos se passam pelas vítimas para solicitar empréstimos pelo WhatsApp.
2) Quais informações são solicitadas pela operadora para bloqueio do celular?
Para fazer o bloqueio completo do celular, podem ser solicitadas pela operadora informações como dados pessoais, número do boletim de ocorrência e o IMEI, sigla utilizada para International Mobile Equipment Identity. Este último é um registro de identificação próprio de cada aparelho, que possibilita que o procedimento de bloqueio seja feito de forma mais ágil.
Caso o usuário não tenha o IMEI do aparelho registrado, é possível se precaver e obtê-lo discando o comando *#06# no telefone. O número é informado logo em seguida. Em casos de celulares com dois chips, inclusive, podem até ser mais de um. A recomendação é anotá-los em um lugar seguro e que possa ser acessado caso o celular seja roubado.
3) Onde registrar boletim de ocorrência de forma rápida?
Como se sabe, é imprescindível registrar boletim de ocorrência junto às autoridades policiais, ação que dá visibilidade ao crime, ajuda nas investigações policiais e permite, posteriormente, a identificação e as prisões de quadrilhas de criminosos. É possível registrar ocorrência de forma online para parte dos crimes, como roubo e furto, ou a possibilidade de ir até uma delegacia.
4) É possível diminuir os limites para transferência por Pix?
Sim. Quando os golpes envolvendo Pix começaram a ganhar força, em meados do ano passado, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) alertou que, desde abril de 2021, o usuário pode controlar seu limite no sistema de pagamento instantâneo, reduzindo ou aumentando o valor disponível para realizar transações. Para além de se precaver ao sair na rua, a medida é importante para auxiliar o cliente na gestão e controle de transações no Pix, mitigando riscos.
Como medida de segurança, o Banco Central fez uma série de mudanças no Pix em agosto do ano passado após os casos de roubo e sequestros relâmpago dispararem em São Paulo e outras capitais. Depois disso, o sistema de pagamentos que opera em tempo real passou a ter limite de R$ 1 mil para operações entre 20 horas e 6 horas. Além do Pix, o limite também passou a ser aplicado em outras operações entre pessoas físicas, como compras pelo cartão de débito e em TEDs (Transferência Eletrônica Disponível).