Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2020
O exame RT-PCR é necessário para realização do procedimento.
Foto: ReproduçãoA Central Estadual de Transplantes incluiu testes RT-PCR, destinados à detecção de coronavírus, no processo de validação de doadores de órgãos para transplantes e intensificou o trabalho das suas equipes durante a pandemia de Covid-19.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Sandra Lúcia Coccaro de Souza, explica que o exame RT-PCR é necessário para realização do procedimento. “A comprovação do resultado do teste é fundamental”, ressalta. Segundo ela, a coleta de amostras ocorre em ambiente hospitalar, em doadores falecidos e em receptores internados junto às equipes de transplantes.
No Rio Grande do Sul, os testes são feitos pelo Lacen (Laboratório Central do Estado), por laboratórios particulares e em laboratórios de hospitais, como o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e a Santa Casa de Misericórdia. Tanto o doador como o receptor têm prioridade no diagnóstico da testagem. “Cabe lembrar que os resultados podem levar de 24 a 48 horas, é uma corrida contra o tempo, e se o resultado do teste retarda, pode-se perder um potencial doador”, explica Sandra.
Neste período de crise sanitária, o Rio Grande do Sul apresentou queda no número de transplantes realizados. Conforme os registros da Central de Transplantes, foram realizados 63 transplantes em março, 39 em abril e 21 em maio, demonstrando o impacto que o coronavírus trouxe.
Sandra salienta que esses resultados são muito preliminares, considerando que transcorreram três meses de pandemia. Segundo ela, a queda ocorreu devido à detecção de casos confirmados de Covid-19, o que inviabilizou a validação de doadores. Além da presença do coronavírus, também existem outras contraindicações absolutas para prosseguir a validação do doador, tais como septicemias, neoplasias e HIV.
“Os números de transplantes podem diminuir por uma série de variáveis, tais como diminuição das notificações de morte encefálica, diminuição na efetivação dos doadores, alterações referentes à logística local e modificações nas diversas equipes transplantadoras, em caráter não permanente”, avalia.
A coordenadora lembra que, neste segmento da saúde, o tratamento é voltado para situações de extrema gravidade, para doentes crônicos com comorbidades que requerem uma atenção extremamente específica. Somado a isso, está o desafio de encontrar doadores compatíveis com o receptor, a possibilidade de rejeição após o transplante e as dificuldades da sobrevida destes pacientes.
Na opinião de Sandra, os critérios de efetivação dos doadores devem ser criteriosamente avaliados pela mesa reguladora da Central de Transplantes. “A pandemia de Covid-19 veio aumentar de sobremaneira os cuidados para com o doador e sua validação às equipes transplantadoras que realizam o procedimento”, conclui.
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