O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deve ser confirmado ainda nesta semana como líder da minoria no Congresso. Já Carlos Portinho (PL-RJ) deverá ficar com a liderança do PL no Senado. Rogério Marinho (PL-RN) foi oficializado na mesma reunião como líder da Oposição no Senado, para compor a tropa de choque que deve fazer o enfrentamento mais severo ao Palácio do Planalto. As indicações foram feitas em reunião nesta terça-feira (7) entre os representantes de PL, PP e Republicanos.
A tríade partidária compõe o Centrão e formava a base de apoio da gestão do ex-presidente Bolsonaro. Juntas, as três siglas têm 23 senadores e, ao menos no primeiro momento, deverão fazer oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Três do PL
A decisão de colocar três senadores do PL nas lideranças da oposição mostra a força do presidente do partido, Valdemar da Costa Neto. Tanto como partido representante do ex-presidente Jair Bolsonaro no novo governo como uma certa precaução contra a ida, a qualquer tempo, de um dos ou dos dois partidos aliados para os braços do governo.
PP e Republicanos devem ter representantes nas vice-lideranças.
Ciro Nogueira
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi escolhido para ser o líder da minoria no Senado. O ex-ministro de Bolsonaro se colocou como opositor de Lula, mas tem sido pressionado para aderir à base governista. Segundo a direção da legenda, o partido deve se manter no Centrão, sem se comprometer com alianças ou oposição ao atual governo
Marinho
Rogério Marinho chega à liderança da oposição menos de uma semana depois de ter sido derrotado na disputa pela presidência do Senado pelo candidato reeleito, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por 49 votos a 32. O resultado, embora adverso, deu destaque ao senador potiguar no começo do novo governo. Durante a campanha dentro da Casa, ele contou nos bastidores com a articulação de Portinho e Flávio.
Estreante na Casa, Marinho é tido por aliados como um político habilidoso e capaz de dialogar com colegas das mais variadas matizes. Na reta final da corrida pela presidência, Marinho virou votos e chegou a preocupar os auxiliares de Lula, que apoiou a candidatura de Pacheco.
Ex-ministro do Desenvolvimento de Bolsonaro, Marinho passou a ser considerado a opção mais viável para tentar organizar a oposição. Ele deve assumir a liderança do grupo no momento em que o Palácio do Planalto ainda tenta aferir o real tamanho da base de Lula no Senado. Integrantes do governo avaliam que os votos dados a Marinho não refletem a dimensão dos opositores de Lula nas votações.