Desde essa terça-feira (21), veículos particulares podem utilizar um novo acesso alternativo entre o Centro Histórico de Porto Alegre e a avenida Castelo Branco. Um caminho de 40 metros foi construído pela prefeitura com aterro e pedras sobre área inundada em frente à Estação Rodoviária, resultando em estrutura similar (embora menor) ao “corredor humanitário” aberto no dia 11 para passagem de donativos e outros itens pela mesma região.
Motoristas que trafegam no sentido Bairro–Centro pelo Túnel da Conceição podem acessar na contramão Largo Vespasiano Júlio Veppo, junto ao espaço que abrigava o ponto de táxis da Rodoviária (atualmente fechada). Em seguida, devem seguir em direção à Castelo Branco pela mesma saída tradicionalmente utilizada pelos ônibus antes das enchentes.
Já no sentido inverso, o condutor que chega à capital gaúcha por essa área precisa utilizar o “corredor humanitário” de 300 metros que permite temporariamente a ligação entre o viaduto no trecho final da Castelo Branco e o Túnel da Conceição. Será mantido, porém, o status preferencial para veículos de emergência, saúde e entregas de donativos, por exemplo.
“A obra faz parte dos esforços para restabelecer os acessos à cidade, ampliando alternativas’’, ressaltou o titular da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), André Flores. O diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Pedro Bisch Neto, acrescenta: “Esta ampliação é muito importante para proporcionar maior fluidez à entrada e saída da cidade”.
Com a abertura dessa segunda alternativa viária, o fluxo de trânsito se intensificou não apenas nas imediações, mas também em bairros próximos. Por volta das 16h, quem circulava por avenidas como a Cristóvão Colombo (Floresta), Alberto Bins (Centro) e Independência deparava com tráfego intenso e momentos de lentidão.
Primeira estrutura
Desde o começo dos bloqueios na área central, o sentido Capital-Litoral do Túnel estava inacessível. A única alternativa para acessar a cidade por essa região era o corredor humanitário, inicialmente restrito a transportes prioritários mas que depois passou a receber veículos comuns durante as noites e madrugadas.
Em dez dias, ao menos 100 mil veículos cruzaram essa primeira estrutura emergencial, cuja logística exigiu a remoção de parte da passarela de pedestres (inaugurada há 50 anos). A medida foi necessária porque a altura necessária para que o caminho de areia e pedras não fosse atingido pela água acabou reduzindo a distância entre o solo e a estrutura de concreto, causando assim risco de colisão por veículos de maior porte.
(Marcello Campos)