Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2018
Cerca de mil famílias reunificadas após serem separadas na fronteira com o México pela política de “tolerância zero” nos Estados Unidos contra a imigração ilegal já contam com uma ordem e data de deportação, informou o governo norte-americano.
Durante audiência em um tribunal federal de San Diego, os advogados do Departamento de Justiça dos Estados Unidos explicaram que, dentro dessas mil famílias, 392 ainda estão sob custódia das autoridades de imigração. As demais foram libertadas, mas são fiscalizadas pelo governo por meio de tornozeleiras eletrônicas.
O juiz Dana Sabraw, que obrigou o governo a reunificar crianças separadas dos pais na fronteira a pedido da União Americana de Liberdades Civis (ACLU), informou que tomará neste fim de semana uma decisão sobre uma nova solicitação da organização.
A ACLU quer que as famílias imigrantes não sejam deportadas antes de sete dias de sua reunificação, para que assim poderem decidir sem pressa se irão ou não solicitar refúgio nos Estados Unidos.
A ordem inicial de Sabraw determinou que o governo americano devolvesse até ontem 2.551 crianças imigrantes a seus pais. Segundo as autoridades, mais de 1.800 famílias consideradas “elegíveis” para participar do processo foram reunificadas.
Mais de uma dúzia de estados solicitaram ao governo federal listas de crianças separadas de seus pais, a localização de cada criança, informações sobre pais separados e os planos do governo para reuni-las.
O governo norte-americano, contudo, informou em documentos judiciais que não teve capacidades técnicas suficientes para fornecer prontamente as informações, pois as tentativas de recolher os dados iriam desviá-lo dos esforços para reunir as famílias.
Jonathan White, do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS), disse em documento judicial na quinta-feira que o governo precisará realizar uma revisão manual para identificar todas as crianças separadas em cada um dos Estados demandantes.
“Não há maneira automatizada de criar uma lista de crianças separadas por Estado ou por instalação”, disse White.
O sistema de computador usado para rastrear crianças imigrantes sob supervisão do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos possui pouca habilidade de interagir com a base de dados separada usada pela Imigração e alfândega norte-americana para rastrear os pais das crianças.